Ativistas fazem protesto após morte de hipopótamo no zoológico de Salvador

Morte do animal aconteceu no dia 14 por velhice, segundo o zoológico

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  • Da Redação

Publicado em 20 de março de 2019 às 13:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/CORREIO

A morte de um hipopótamo macho foi o estopim para que profissionais ligados à questão ambiental fizessem um protesto na entrada do Zoológico de Salvador, na manhã desta quarta-feira (20), no Alto de Ondina. O animal morreu no último dia 14. 

Segundo os manifestantes, a direção do zoólogico informou que a  morte do mamífero foi devido à velhice, mas os ativistas dizem que foi a falta de verba para uma cirurgia que causou o óbito. Os ativistas querem que o zoológico seja transformado num santuário ou que os animais sejam transferidos para outro lugar que tenha uma estrutura melhor. 

Por volta das 7h, vestidos de preto, estudantes de veterinária, veterinários e biólogos se posicionaram na entrada do zoológico. Eles usaram faixas e cartazes para chamar a atenção das pessoas que  chegavam ao local. Nos cartazes, frases como "Apoiamos o santuário animal", "Animal não é entretenimento", "Não queremos jaulas maiores, queremos jaulas vazias".  Segundo eles, os animais bebem água suja, estão solitários, estressados e confinados em espaços minúsculos.

"Uma fonte me disse que a morte do animal foi devido à ausência de verba para fazer uma cirurgia de castração. É necessário que o zoológico seja transformado num santuário ou haja a transferência desses animais. Vamos ficar aqui até conseguirmos", declarou a vereadora Marcelle Moraes, que garantiu dormir no local com os demais manifestantes. 

À medida que chegavam, os visitantes eram esclarecidos sobre a razão do protesto. "Se o tratamento for desta forma como estão dizendo, é melhor não deixar os animais aqui. Animal não vive só de água e comida. É como gente, só não falam. Precisa ser bem tratado", disse a dona de casa Greice Paraíso, 36, que trouxe a tia e um casal de amigos para o zoológico. 

"A manifestação é legítima, pois vale a pena questionar até que ponto o zoológico tem condições de abrigar animais de grande porte. Não vejo a situação precária dos animais como dizem, afinal tem profissionais competentes", delarou Aristóteles Rodrigues Pereira, 55, líder comunitário.

Em nota, o Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), responsável pelo zoológico, informou que o hipopótamo morreu de velhice - o animal, segundo o órgão estadual, encontrava-se sadio e não apresentava nenhuma alteração clínica nos dias que antecederam sua morte.  

Uma "equipe de médicos veterinários realizou a coleta de material para o exame necroscópico e encaminhou para Ufba, a fim de elucidar a causa mortis, além da abertura de uma sindicância interna para apurar a ocorrência", finaliza a nota.

Confira, na íntegra, a nota do Inema:"Na manhã do dia 14 de março do ano corrente, veio a óbito o exemplar da espécie Hippopotamus amphibius (Hipopótamo) pertencente ao plantel de animais do Zoológico de Salvador. Tratava-se de indivíduo macho, adulto, com cerca de 40 anos de idade (expectativa de vida em cativeiro entre 40 e 50 anos), pesando aproximadamente duas toneladas. Este animal encontrava-se sadio e não apresentava nenhuma alteração clínica nos dias que antecederam sua morte. Após constatação do óbito, a equipe de médicos veterinários realizou a coleta de material para o exame necroscópico e encaminhou para Ufba, a fim de elucidar a causa mortis, além da abertura de uma sindicância interna para apurar a ocorrência".