Ativistas jogam esterco em prefeitura de cidade italiana que vai homenagear Bolsonaro

Fachada do local também foi pichada

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  • Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2021 às 14:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Rise Up 4 Climate Justice/Divulgação

Grupos ativistas protestaram contra uma homenagem que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) vai receber na cidade de Anguillara Veneta, na Itália, na segunda-feira (1º). Os manifestantes jogaram esterco na prefeitura da cidade e picharam "Fora, Bolsonaro" no prédio.

A cidade é onde o bisavô de Bolsonaro nasceu e ele vai receber o título de cidadão honorário oferecido pela prefeita Alessandra Buoso, ligada ao partido de ultradireita Liga Norte.

Os manifestantes são ligados ao grupo ambientalista Rise Up 4 Climate Justice. O prédio da prefeitura amanheceu com grande quantidade de esterco na entrada e com manchas de tinta. O grupo diz que Bolsonaro "representa o modelo capitalista, predatório, destrutivo e colonialista contra o qual lutamos".

A cidade destinou 9 mil euros (cerca de R$ 59 mil) para receber a comitiva presidencial. A prefeita diz que a ideia é homenagear "as pessoas que migraram para o Brasil e construíra uma vida até chegar à Presidência, levanod o nome de Anguillara Veneta para o mundo". (Foto: Reprodução) Diocese divulga nota Além do ato, a Diocese de Pádua, que fica na região, diz que a honraria vai causar um "grande constrangimento".

A nota da diocese diz que "a concessão da cidadania honorária criou um grande constrangimento para nós" e que não é possível ignorar "as muitas e fortes vozes de sofrimento que cada vez mais nos alcançam". A instituição pede que Bolsonaro "seja um promotor de políticas respeitosas da Justiça, da saúde e do meio ambiente":

"A Diocese de Pádua, tornando-se porta-voz de um sentimento generalizado e em virtude do vínculo que une o Brasil com a nossa terra, aproveita a oportunidade da possível passagem do presidente Bolsonaro por Anguillara Veneta para pedir-lhe sinceramente que seja um promotor de políticas respeitosas da Justiça, da saúde e do meio ambiente, especialmente para apoiar os pobres", diz o texto.

O documento também cita os padres Ezechiele Ramin e Ruggero Ruvoletto, que foram assassinados por pistoleiros no Brasil, e afirma que, nos últimos meses, os bispos brasileiros "estão denunciando fortemente a violência, o abuso, a exploração da religião, a devastação ambiental e 'o agravamento de uma grave crise de saúde, econômica, ética, social e política, intensificada pela pandemia'".

"A notícia destes dias volta ainda mais os holofotes para a gestão da emergência da Covid, em um país que já registrou mais de 600 mil mortes na pandemia", acrescenta.