Ativistas protestam em Salvador em prol da Amazônia

Movimentos de jovens organizaram passeatas em todo o Brasil sobre as mudanças climáticas

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  • Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 19:54

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr/CORREIO

Levando uma faixa com os dizeres SOS Amazônia: para ter floresta em pé, não dá para ficar sentado, jovens ativistas pelo clima protestaram pela proteção da floresta, que queima com chamas intensas há quase três semanas.

Com saída do Elevador Lacerda, na cidade alta, e chegada no Campo Grande, a passeata pela Amazônia uniu cerca de 200 pessoas, de acordo com o movimento Fridays for Future (conhecido como greve pelo clima, no Brasil) e a ONG Engajamundo, organizadores da manifestação em Salvador. Durante cerca de uma hora, os ativistas fecharam a Avenida Carlos Gomes.

A manifestação desta sexta-feira (23) foi organizada em apenas três dias devido a urgência de aumentar a conscientização sobre o caso na Amazônia, contou a organizadora do movimento Fridays for Future, Nayara Almeida, 21 anos. “Foi um movimento nacional. As queimadas devem acabar agora. Queremos que todas as pessoas do Brasil entendam a importância da Amazônia e como isso é importante para a manutenção do nosso clima e a existência da vida na terra”, contou Nayara.

Coordenadora da Engajamundo, Kinda van Gastel, 23, conta que a ideia também era aproximar o debate sobre a sustentabilidade e mudanças climáticas da população, especialmente ao fim da Semana do Clima. “No evento, vemos os governantes negociando sem a participação da sociedade civil. Poucos espaços são dados para ela e para a juventude. Sendo que sabemos que estes são os mais afetados. A gente tem que trazer o discurso para a cidade e mostrar para as pessoas que as decisões também impactam a vida delas”, afirmou. Manifestantes na Avenida Carlos Gomes (Betto Jr/CORREIO) Para a coordenadora da ONG, a urgência do protesto também vem da necessidade de movimentação da população, em especial com as queimadas na Amazônia. “A gente fala que estamos protestando pela garantia do nosso futuro, mas é nosso presente. O que aconteceu em São Paulo comprova isso. É urgência chamar a atenção da população para a temática”, afirmou Kinda. Na última segunda-feira (19), a junção de uma frente fria com partículas de fumaça de incêndios florestais fez com que o dia escurecesse por volta das 15h30 em São Paulo.

Por ser organizada por movimentos de ativismo jovem, grande parte dos presentes na manifestação eram jovens. Presente no protesto, Eslane Paixão, 25, diz que estes atos tem o papel de mostrar que os mais novos querem ser ouvidos. “Enquanto jovem, acho que é fundamental que a gente venha em atos. O ato mostra que estamos engajados e que a juventude quer tem um compromisso maior, mas não temos o retorno por parte dos governantes”, pontuou.

A passeata de hoje (23) não ocorreu apenas na capital baiana, mas em todo Brasil e em cidades do mundo, como em Madrid, Lisboa e Sydney. A marcha, inclusive, aconteceu na sexta-feira, dia que a jovem ativista Suíça Greta Thunberg, de apenas 16 anos, escolheu para protestar semanalmente sobre as mudanças climáticas. Ato que é repetido pelos membros do Fridays for Future. A própria Greta solicitou a coordenadora da movimento do Brasil que o ato desta semana tivesse como foco a Amazônia.

Neste sábado (24), outra passeata para chamar atenção para o incêndio na Amazônia está marcada para às 16h, no Farol da Barra, em Salvador.

*Com orientação da Chefe de Reportagem Perla Ribeiro