Ato contra cortes da Educação reúne milhares de estudantes no Centro de Salvador

Manifestantes, incluindo professores, foram do Campo Grande à Castro Alves

Publicado em 15 de maio de 2019 às 10:27

- Atualizado há um ano

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. por Foto: Marina Silva/CORREIO

Estudantes, professores e funcionários de instituições de ensino públicas e particulares participam do ato contra os cortes na Educação, que partiu da praça do Campo Grande e chegou, no início da tarde, à Praça Castro Alves, nesta quarta-feira (15). 

As aulas foram suspensas em diversas escolas de Salvador, por causa da manifestação. O ato também acontece em outras cidades do país. Com chuva, manifestantes chegam à Praça Castro Alves (Foto: Marina Silva/CORREIO) De acordo com a organização, o protesto começou reunindo 25 mil pessoas, chegando a 70 mil no final do ato. A concentração começou por volta das 9h, e os manifestantes saíram em caminhada por volta das 10h. 

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Em nota, a Polícia Militar informou que equipes do 18º Batalhão da PM (BPM/Centro Histórico) estão acompanhando a manifestação e que até o momento não há registro de ocorrência. A PM disse ainda que não divulga estimativa de público.

Leia também: Paralisação deve atingir 75 instituições federais; MEC não descarta novos cortes Manifestantes levaram placas para o ato no Campo Grande (Foto: Marina Silva/CORREIO) Tito Marcos, 46 anos, é professor das redes estadual e municipal, que participa da manifestação, e cobrou explicações do governo sobre os cortes nas instituições. "A manifestação é de suma importância no sentido de mostrar à sociedade que o governo está começando o desmonte, começando por algo que é essencial, que é educação, saúde. São bens essenciais para o povo brasileiro. A gente quer entender qual a lógica do governo que diz querer que o Brasil cresça, mas corta investimentos em Educação", disse.  

A também professora Antoniella Devanier, 44, disse que, com a adesão da escola de seus filhos às manifestações, aproveitou para acompanhar, junto com eles, o ato contra os cortes na educação. "É um movimento bonito que luta para acabar com os cortes de investimentos em relação à educação. Eu vim aqui hoje porque a escola dos meus filhos também parou, não teve aula. Vim defender o futuro deles para que tenham uma educação de qualidade. Como outras mães trouxeram seus filhos, aproveitei para trazer os meus também", contou.

Na esperança de conseguir uma mudança, o estudante do curso de Engenharia Ambiental da rede privada, Guilherme Silva, 24, também marcou presença na manifestação. "Eu espero que esse movimento sirva de exemplo para mostrar que a população e os estudantes estão querendo mudança, querendo lutar pelos seus direitos. Eu espero que isso chegue lá em Brasília e que as pessoas que estão por trás disso repensem esses cortes. Que a gente consiga manter uma educação de qualidade", pediu.

O professor Sudeelmar Fernandes, 57, que dá aulas no IFBaiano na cidade de Governador Mangabeira, no Recôncavo baianotambém esteve n manifestação. Ele conta que, com os cortes, o campus onde trabalha só funcionará até setembro.

"A prioridade desse governo é tratar a educação como custo. Eles não têm a educação como uma questão social, de inclusão, quando começam a cortar e contingenciar 30% das nossas verbas discricionárias, prejudicam o pleno funcionamento da instituição. O IFBaiano é importante para o município, e esses cortes afetam pesquisas em andamento, além do pleno desenvolvimento do estudantes. O campus de Governador Mangabeira, a partir de setembro, sem a verba, não tem mais como funcionar", contou Sudeelmar.

*Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro.