Audiência debate Carnaval e cobra decisão de prefeitura e Governo do Estado

Comissão da Câmara Municipal de Salvador defende realização do evento em 2022

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  • Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2021 às 18:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reginaldo Ipê/Câmara Municipal

Salvador terá ou não terá Carnaval em 2022? Foi essa a pergunta que os presentes na audiência pública realizada nesta terça-feira (19) no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador tentaram responder. Mas o martelo ainda não foi batido. Representantes da prefeitura e da Polícia Militar da Bahia garantem que o planejamento está pronto e que a decisão depende somente da prefeitura de Salvador e do Governo do Estado. 

A pressão é para que a decisão final aconteça ainda em outubro ou, no máximo, na primeira quinzena de novembro, para permitir um tempo hábil de planejamento da folia. Vale ressaltar que a comercialização do Carnaval de outras praças, como Rio de Janeiro, São Paulo e Recife já estão em andamento, e Salvador já sairia atrás nessa disputa.

No último dia 13, o prefeito Bruno Reis afirmou que iria aguardar o balanço de outubro do cenário da covid-19 na capital para avaliar a possibilidade da realização de festas. 

"Volto a dizer que esse mês de outubro é decisivo porque agora retomamos todas as atividades. Já estão ocorrendo eventos, as aulas presenciais 100% voltaram, retomamos os públicos nos estádios", explicou. Para Reis, se o cenário se mantiver favorável em meio à retomada, será possível confirmar festas como Réveillon e Carnaval. 

A audiência pública sobre a realização do Carnaval foi promovida pela Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada de Eventos, presidida pelo vereador Claudio Tinoco (Democratas).

O Conselho Municipal do Carnaval (Comcar) decidiu que abrirá chamamento para cadastramento das entidades carnavalescas que desejam participar do Carnaval, mesmo sem divulgação da decisão final. A Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada de Eventos se reunirá para apresentar o relatório, que será enviado ao prefeito Bruno Reis e ao governador Rui Costa e deliberar os próximos passos.

Participaram do debate Coronel Xavier, Comandante de Operações da Polícia Militar da Bahia, representando o Comandante Geral da PM-BA; Márcio Sampaio, diretor de festas populares da Empresa Salvador Turismo, representando o presidente Isaac Edington; Guiga Sampaio, diretor da Associação Baiana dos Camarotes; Flávio Souza, presidente do Conselho Municipal do Carnaval  (Comcar); Washington Paganelli, presidente da Associação de Blocos de Trio e Péricles Sant’Anna, ouvidor setorial da Secretaria de Cultura e Turismo, representando o secretário Fábio Mota.

“Salvador já se apresenta, em dias diversos, durante as últimas semanas, com zero de morte, com uma taxa de ocupação de leitos de UTI de 22%, sendo que essa essa oferta de UTIs representa menos de um quarto do que foi ofertado no pico da pandemia e, por isso, de forma responsável, de forma muito consciente, nós estamos no momento certo pra tomar as decisões em relação à retomada dos eventos de rua, dos eventos populares, das festas populares e, sobretudo, do Carnaval”, disse o presidente da Comissão, vereador Claudio Tinoco. 

O diretor de festas populares da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Márcio Sampaio, afirmou que a Prefeitura de Salvador está pronta para sediar o Carnaval. “Estamos prontos sob a liderança do prefeito Bruno Reis, para que quando essa decisão estiver tomada, com certeza, colocarmos nas ruas o maior Carnaval de todos os tempos que Salvador já viu”, disse Sampaio. 

Diretor da Associação Baiana dos Camarotes, Guiga Sampaio, cobrou resposta imediata da Prefeitura de Salvador e do Governo do Estado sobre a realização do evento no ano que vem. “A mobilização deve ser feita quanto antes. A decisão deve ser tomada logo, pois o setor privado precisa de mais tempo para se mobilizar do que o público. Decidir a realização do Carnaval em dezembro é inexequível, não conseguimos mobilizar a oferta do Carnaval em 45 dias”, afirmou.

“A cidade está perdendo espaço, Salvador não está sendo incluída em rotas de voos, não está sendo procurada para o Carnaval, enquanto outras cidades que também têm protagonismo na festa já estão. Até mesmo os soteropolitanos, por exemplo, têm comprado outros destinos de Carnaval pela falta da oferta aqui. É uma grande perda para a cidade”, acrescentou o diretor.

Washington Paganelli, presidente da Associação de Blocos de Trio, afirmou que existem todas as condições para a realização do Carnaval e que a festa “precisa ser realizada”. “Nenhuma empresa tem condições de ficar dois anos parada. É preciso que essa decisão seja tomada quanto antes, pelo tempo necessário para a mobilização e planejamento de toda a festa. Não se pode perder as atrações e o patrocínio da festa. Precisamos de certeza, de decisão”, protestou.

O Comandante de Operações da Polícia Militar da Bahia, Coronel Xavier, afirmou que o planejamento da Polícia está sendo preparado há seis meses e está pronto.

“O planejamento está pronto para ser executado nos padrões originais, mas trabalhamos também com a possibilidade de adaptação para os novos protocolos em decorrência da pandemia. Nós só precisamos pensar na logística, em qual modelo será realizado. O grande inimigo do Carnaval, tanto para a PM como para todos os envolvidos, é o tempo”, disse o Coronel, que destacou achar pessoalmente que “não tem dúvidas de que o Carnaval será realizado”.

O evento também contou com adesão popular, recebendo representantes de bairros, do Turismo, ambulantes, carnavalescos, artistas, cordeiros, dentre outros. O evento ocorreu de forma semipresencial no Centro de Cultura da Câmara e através da plataforma Zoom e transmitido ao vivo pela TV Cam.