Áudios com ameaças de toque de recolher assustam moradores de Plataforma

SSP disse que PM tem trabalhado para combater disputa por pontos de venda de drogas entre facções locais. PM garante que toque de recolher não se concretizou

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  • Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2020 às 18:57

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo CORREIO

Quatro dias após uma jovem ser morta a tiros dentro de uma igreja em Plataforma, áudios com ameaças de toque de recolher vêm circulando pelo WhatsApp e assustam moradores do bairro. Nesta quarta-feira (11), a Polícia Militar informou que tais ameaças não chegaram a se concretizar e não houve toque de recolher. Ainda conforme a corporação, assim que se tomou conhecimento de uma suposta briga entre traficantes rivais, o policiamento foi reforçado na região.

De acordo com um morador que por segurança prefere não se identificar, o conflito seria entre uma facção carioca e o Bonde do Maluco (BDM). O grupo do Rio de Janeiro estaria tentando tomar uma parte chamada de Alto do Manoel Monte, que seria área de influência do BDM. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) confirmou que a PM tem trabalhado na área para combater a disputa por pontos de venda de drogas entre facções locais.

O morador volta tarde do trabalho e conta que desde que o clima tenso se instaurou, às vezes precisa pedir para ser liberado mais cedo para conseguir chegar em segurança em casa. 

“Esses novos estão tocando o terror, rodando tudo, assaltando, mandando fechar os locais. Eles querem tomar os Araçás, outra parte daqui que é do BDM. Está todo mundo com medo. Toda hora chegam áudios falando que não é para gente inocente aparecer na rua porque se estiver, vai sobrar. A gente fica com medo”, relata.

A SSP ressaltou que a Polícia Militar está atuando com unidades territoriais especializadas na região. Através de nota, o órgão acrescentou que ações de inteligência estão sendo promovidas pela Polícia Civil com o objetivo de identificar e prender os integrantes das duas organizações criminosas. 

Unidade responsável por monitorar o bairro de Plataforma, a 14ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) fez rondas ostensivas tanto no bairro quanto na região de São João do Cabrito e adjacências, segundo informou a PM. Guarnições da Rondesp BTS, Batalhão de Polícia de Choque e da Operação Gêmeos ajudaram a reforçar as rondas. 

A Polícia Civil disse que ainda não tem atualizações sobre as investigações da morte de Brenda Conceição do Carmo, assassinada dentro da igreja, na Rua Saul Oliveira, e que a autoria e motivação seguem sendo apuradas.  A jovem Brenda Conceição estava na igreja quando foi atingida por disparos de arma de fogo (Foto: Reprodução/Redes sociais)