Aumentou: prefeitura corrige para 45 mil número de vacinados em 1ª fase

Inicialmente, a previsão era de imunizar 22 mil pessoas, mas Sesab informou que a segunda dose vai ser entregue depois

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  • Gil Santos

Publicado em 22 de janeiro de 2021 às 11:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

A quantidade de doses da vacina CoronaVac recebida por Salvador é maior do que vem sendo divulgado. A confusão aconteceu porque a Prefeitura entendeu que as 45 mil doses entregues no começo da semana deviam ser usadas para a aplicação das duas doses que cada pessoa precisa para ficar imunizada. O prefeito Bruno Reis retificou a informação nesta sexta-feira (22). 

"Quando o estado nos repassou a vacina nós recebemos quase 45 mil doses, e retivemos 50% para garantir o reforço da segunda dose. Nós íamos imunizar metade dos 45 mil, só que, na verdade, o estado quando repassou as doses para os municípios já tinha retido 50%. Então, ao invés de termos 45 mil nós temos 90 mil doses. É uma boa notícia porque temos o dobro de doses que nós achávamos que teríamos ", afirmou. 

Dessa forma, o Município vai ampliar o número de profissionais de saúde e idosos vivendo em Instituições de Longa Permanecia que serão imunizados. Eles fazem parte do primeiro grupo prioritário, conforme determinação do Ministério da Saúde.

Serão quatro fases de vacinação, com 570 mil pessoas em grupos prioritários em Salvador. Na primeira fase, estão incluídos trabalhadores da saúde, população idosa com 75 anos ou mais, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em Instituições de Longa Permanência (asilos e clínicas psiquiátricas), e indígenas/aldeados/povos e comunidades ribeirinhas. Ao todo, são 168.355 pessoas nessa condição na capital. 

Por conta da quantidade pequena de doses, a prefeitura estabeleceu prioridades dentro do grupo prioritário. Como ainda não há vacina suficiente para os 103 mil profissionais de saúde da capital, estão sendo imunizados apenas aqueles que atuam na linha de frente, como em hospitais de campanha, nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), e no Serviço Móvel de Urgência (Samu), e apenas idosos em vivem em unidades de acolhimento.

“Essas novas doses vão permitir imunizar também os trabalhadores da saúde que estão nos postos que fazem testagem para covid-19. Vamos iniciar a vacinação em 67 postos de saúde que estão realizando esses testes. São profissionais que também estão atuando na linha de frente do combate à pandemia”, disse o prefeito.

A expectativa é que na próxima semana as 4,8 milhões de doses do segundo lote da CoronaVac que estão em análise pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e as 2 milhões de doses da vacina de Oxford que o Governo Federal foi buscar na Índia estejam disponíveis para vacinação.

Caso isso se concretize a capital baiana deve receber mais 90 mil doses, o que permitiria imunizar os idosos com 75 anos ou mais que não estão em Instituições de Longa Permanência. Eles também fazem parte do grupo prioritário, mas devido a quantidade reduzida de doses ainda não foram protegidos.

Fura fila Questionado sobre a possibilidade de pessoas furarem a ordem de prioridades e se vacinarem antes do momento, o prefeito afirmou que está redobrando as atenções. Ele citou o aplicativo Fura Fila, criado para receber denúncias desse tipo, disse que baixou uma série de normas e procedimentos para orientar os servidores sobre quais são os trabalhadores que podem receber o imunizante, e pediu à imprensa que ajude a fiscalizar e denunciar possíveis irregularidades.  

“Criamos um vacinômetro para que as pessoas possam acompanhar diariamente o processo de vacinação, e fazemos o controle rígido de quem são as pessoas vacinadas. A prefeitura tomou todas as medidas, mas em uma logística complexa como essa ninguém está imune a eventuais problemas. Estamos trabalhando com toda a atenção para evitar que isso ocorra, e caso isso ocorra nós vamos aplicar as devidas penalidades”, contou.

Bruno Reis acredita que Salvador vai receber 15 mil doses da vacina de Oxford. O imunizante foi desenvolvido pela universidade inglesa em parceria com a farmacêutica AstraZeneca e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). As primeiras 2 milhões de doses devem chegar ao Brasil até a próxima semana.

Ele contou que assim como aconteceu com a CoronaVac, 50% das doses da vacina de Oxford serão aplicadas de imediato e as outras 7,5 mil serão retidas para serem usadas como segunda dose. O sistema montado pela Secretaria Municipal de Saúde quer garantir que cada indivíduo vai receber duas doses do mesmo tipo de medicamento.

O prefeito voltou a defender o uso da vacina Sputnik V. O Governo da Bahia pediu autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para aplicar esse imunizante na população, apesar do medicamento ainda não ter sido liberado pela Anvisa. O processo está sendo analisado.

Fim de semana A vacinação da população de Salvador contra o novo coronavírus será ampliada também para os sábados e domingos. Inicialmente, a estimativa era de que o processo fosse concluído nesta sexta-feira (22), mas com a informação de que as 45 mil doses entregues no início da semana podem ser todas usadas na primeira etapa de imunização, o Município estendeu o prazo para a conclusão do serviço até a próxima semana.

Até ás 13h, cerca de 10 mil pessoas tinham sido vacinadas na capital. O secretário municipal de Saúde, Léo Prates, contou que novos vacinadores serão contratados na próxima semana para ajudar a reforçar o serviço, e reclamou da falta de uma homogeneidade de vacinas para grupos prioritários.

“Estamos tendo que deslocar pessoas que têm experiência na vacinação para mudar os fluxos. Nós esperávamos ter varias vacinas no período de vacinação, mas a gente esperava trabalhar dentro de cada seguimento com um tipo de vacina. Por exemplo: idosos acima de 75 anos ser com a Oxford, profissionais de saúde ser com a CoronaVac, mas como o início das doses está sendo de forma fracionada estamos trabalhando com o pior cenário”, afirmou.

Ele frisou que é necessário aplicar a segunda dose da vacina no tempo correto para garantir a imunização. No caso da CoronaVac o prazo é de 14 dias após receber a primeira dose. “São 3 milhões de habitantes em Salvador, 169 mil na primeira fase, e não temos doses suficientes. É um cenário muito complexo”, disse.

Confira como os grupos foram divididos:Na primeira fase: profissionais da saúde, população idosa com 75 anos ou mais, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em Instituições de Longa Permanência (asilos e clínicas psiquiátricas) e indígenas/aldeados/povos e comunidades ribeirinhas. Ao todo, são 168.355. Na segunda fase: idosos de 60 a 74 anos, que somam 185.556 pessoas. Na terceira fase: pessoas com comorbidades crônicas, obesidade e transplantados. São 149.068 indivíduos. Na quarta fase: trabalhadores de educação, pessoas com deficiência severa, membros das forças e salvamento, funcionários do sistema de privação de liberdade, trabalhadores do transporte coletivo, transportadores rodoviários de carga, e população privada de liberdade. Ao todo, 35.969 pessoas.