Ausência de helicóptero do Graer dificulta combate a incêndio na Chapada

Governador autorizou envio na segunda; fogo se alastra na Serra do Tromba há 3 dias

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 12 de setembro de 2018 às 17:55

- Atualizado há um ano

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Brigadistas próximo a foco de incêndio na Serra do Tromba (Foto: Divulgação/Sema) Autorizado desde segunda-feira (10) pelo governador Rui Costa para ser usado no combate ao incêndio que atinge há três dias a Serra do Tromba, em Piatã, na Chapada Diamantina, o helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) ainda não chegou ao local para o devido auxílio.

Sem a aeronave, o trabalho de brigadistas e membros do Corpo de Bombeiros tem sido quase dobrado porque a maior parte dos locais onde as chamas estão é quase impossível de ser alcançada por via terrestre. Até o momento, só uma aeronave motoplanador do Graer (usado para monitoramento) sobrevoou o local.

A avião é para atuar no transporte dos combatentes (voluntários e do Corpo de Bombeiros), equipamentos, ferramentas e logística necessária, e realiza combate direto através da utilização do bambi-bucket, uma espécie de bolsa para lançamento de água no combate aéreo a incêndios.

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O secretário de Agricultura da cidade de Piatã, Glayco Barbosa, que acompanha a situação, disse que o helicóptero é essencial para transportar pessoas e equipamentos até áreas onde se possa fazer o trabalho mais efetivo de combate às chamas, cuja extensão atingida da mata ainda não é possível de se estimar, mas fala-se em centenas de hectares.

“Estamos no aguardo deste reforço para termos um combate mais efetivo”, disse o secretário, segundo o qual o fogo teve início no pé da Serra do Tromba e se avançou pela vegetação, favorecido pelo tempo seco, ventos fortes e temperaturas de até 26º C, conforme registrou o Instituto Brasileiro de Meteorologia (Inmet).

A serra fica dentro da Área de Relevante Interesse Estadual Nascente do Rio de Contas, e tem 4.777 hectares, entre as cidades de Piatã e Abaíra. “As nascentes ficam numa área de brejo, com vários pontos de minadores. Não podemos afirmar por enquanto se elas foram atingidas”, declarou Barbosa.

Ainda segundo o secretário, a preocupação maior está sendo com moradores que vivem próximo a área atingida pelas chamas. Há uma residência que fica a menos de 100 metros do incêndio. No total, 10 bombeiros e 23 brigadistas atuam no combate às chamas, com bombas costais. Moradores locais auxiliam no trabalho. Um dos locais onde as chamas tomam conta da vegetação (Foto: Sema/Divulgação) O Corpo de Bombeiros, em comunicado no final da tarde desta quarta-feira (12), informou que “o incêndio está sendo controlado”, e que as “equipes de brigadistas estão percorrendo o perímetro, realizando o rescaldo, eliminando focos onde é possível o acesso e avaliando a cena, para prevenir reignições”.

“O monitoramento acontece de forma minuciosa, seguindo protocolo, por tratar-se de área rica em nascentes e com muita matéria orgânica no subsolo. Ainda não se sabe as causas desse incêndio”, diz o informativo, segundo o qual “houve fogo nas proximidades de alguns minadouros das nascentes, mas a atuação impediu que o prejuízo fosse maior”.

O CORREIO procurou a Polícia Militar da Bahia para saber por que ainda não foi liberado o helicóptero do Graer para combater o incêndio em Piatã, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem. A informação sobre a liberação do helicóptero foi divulgada oficialmente pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).