Bahia Beach nega irregularidade em empreendimento de Trancoso

Reserva Trancoso contempla uma área de 300 hectares

  • Foto do(a) author(a) Geraldo  Bastos
  • Geraldo Bastos

Publicado em 23 de julho de 2018 às 12:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

A Bahia Beach Empreendimentos Imobiliários e Hotelaria garantiu que irá concluir, até julho do ano que vem, as obras da primeira fase do Reserva Trancoso|Villas, Estâncias & Hotel Fasano, que fica na localidade de Trancoso, no sul da Bahia. Segundo o diretor da empresa, Frederico Schilirio, esta etapa contempla um condomínio de 23 casas e mais um hotel de luxo, que será administrado pelo Grupo Fasano. Schilirio voltou a negar qualquer irregularidade no projeto.  “As obras do hotel seguem de vento em popa. Estamos tranquilos a respeito da lisura do empreendimento”, afirmou o executivo.

O Reserva Trancoso contempla uma área de 300 hectares.  Além de hotel e do condomínio de casas, prevê ainda uma estância com 19 lotes, de 3.564 m² a 8.065 m², para a construção de projetos próprios, em um terreno com vista total para a praia de Itapororoca - uma das mais badaladas da região. Esta área, no entanto, é alvo de disputa. A agricultora Joaquina Antônia Soares, 73 anos, garante que a incorporadora invadiu 28 hectares de um terreno de sua propriedade. A área foi recebida a título de indenização na década de 70. Ela entrou na Justiça e conseguiu embargar parte do projeto. O Tribunal de Justiça determinou ainda multa diária em caso de descumprimento da ação. 

Frederico Schilirio, no entanto, garante que o Bahia Beach vem cumprindo a decisão judicial. “Não estamos fazendo absolutamente nada nesta área. Se tem uma ordem judicial determinando o embargo, se tem uma multa diária, que sentido faz o meu grupo continuar com esta parte do projeto?”, questiona o executivo, enfatizando que a área que foi embargada, de 19 hectares, fica a um quilômetro e meio de distância de onde estão sendo construídos o hotel e o condomínio de casas, cujos investimentos somam recursos da ordem de R$ 130 milhões. “Esta etapa fica pronta em julho de 2019”, assegurou Schilirio. 

O diretor da Bahia Beach conta que o megaempreendimento de Trancoso começou a sair do papel há mais de uma década. “Em 2007, o Bahia Beach comprou as terra, pagou, tem escritura, matrícula, inclusive tem a cadeia sucessória dos últimos 40 anos de posse das áreas”, afirma Schilirio. Um dos sócios, acrescenta ele, é um fundo inglês, com ações listadas na Bolsa de Londres. “Antes de colocar recursos no projeto eles (o fundo) fizeram uma série de exigências, diligências, uma análise extremamente criteriosa de todo o projeto, da documentação”, diz. Depois, o Grupo Fasano também se associou ao projeto. “Parece óbvio que uma empresa como a nossa nunca iria invadir área alguma. Não faz o menor sentido. Não precisamos disso”, afirmou o executivo.

Ele diz ainda que a documentação de Joaquina Antônia Soares “não tem comprovação técnica de que área dela está dentro do Reserva Trancoso”.  Frederico Schilirio espera ainda que seja nomeado pela Justiça um perito para a validação ou não das alegações trazidas pelas partes. E lamenta: “É uma judiação você ter um empreendimento desse porte, que tantos benefícios trará para a região, com a geração de empregos e renda, e levar mais de dez anos para colocar de pé, e com essa dificuldade por conta de uma disputa frágil”.