Bahia chega a 100 mortes por covid-19; veja um raio-x das vítimas

Perfil médio é de mulher, por volta dos 66 anos, com hipertensão, diabetes ou cardiopatia

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  • Vitor Villar

Publicado em 30 de abril de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A Bahia chegou na última quarta-feira (29) à marca de 100 mortes em decorrência da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Segundo o último balanço divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), no final da tarde de quarta, são exatamente 100 mortes em todo o estado.

A Bahia demorou exatamente um mês para chegar às 100 mortes. A primeira ocorreu em Salvador, no dia 29 de março. Foi de um homem de 74 anos, que tinha histórico de hipertensão, era fumante e tinha problemas de colesterol. Ainda segundo dados da Sesab, ele ficou 12 dias internado num hospital privado da capital baiana.

A 100ª morte divulgada pela Sesab foi de uma mulher de 55 anos com histórico de hipertensão e que tinha câncer do colo do útero. O óbito foi registrado no dia 23 de abril, mas só foi divulgado pela secretaria na quarta-feira após a confirmação de covid-19.A última terça-feira (28) foi o dia com mais mortes confirmadas pelo estado em decorrência da covid-19. Naquela data, a Sesab divulgou dez mortes. Os piores dias anteriormente haviam sido a última segunda-feira (27), e a quinta-feira, dia 23 de abril, quando nove óbitos foram divulgados em cada.Mais da metade das mortes ocorreram em Salvador. Foram 62 óbitos registrados na capital. Cinco mortes ocorreram em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana, seguido de Ilhéus e da pequena Uruçuca, ambas no Sul baiano, com quatro, cada. Ao todo, 22 cidades baianas já registraram óbitos.

PERFIL DAS VÍTIMAS

O perfil médio da vítima de covid-19 na Bahia é de:Uma mulher Em torno dos 66 anos Residente em Salvador Com histórico de hipertensão, diabetes e/ou doença cardiovascular. Que recorreu a hospitais públicos E que ficou, em média, oito dias internada Esse é um perfil que pode ser retirado a partir dos dados das vítimas que foram divulgados pela Sesab desde a primeira morte. As informações são divulgadas pela secretaria em seu site oficial, em boletins publicados duas vezes por dia - o primeiro por volta do meio-dia e o segundo a partir das 17h.As mulheres são maioria entre as vítimas: foram 52 do sexo feminino e 48 homens. Esse dado sofreu uma reviravolta justamente na última terça-feira (28), quando oito das 10 mortes registradas foram de mulheres. Com isso, a soma ultrapassou a de homens, que vinham à frente desde o dia 29 de março.A média de idade entre todas as vítimas é de 66,2 anos. O mais novo foi um homem de 25 anos, que vinha se tratando de um câncer. Ele morreu em Salvador na sexta-feira (24) e teve relação com covid-19 confirmada na última segunda-feira (27). Ele estava internado num hospital filantrópico.

A vítima mais velha foi uma idosa, de 97 anos, que veio a óbito na terça-feira (21) e era residente de Salvador. Segundo a Sesab, ela sofria de hipertensão, Alzheimer e Parkinson. Ficou quatro dias internada num hospital público da capital baiana.

Em outro tipo de análise, foram 54 óbitos em pessoas com mais de 65, enquanto outras 46 tinham idade inferior a esse número. Uma divisão diferente mostra que 24 homens que morreram tinham idade maior ou igual a 65, além de 30 mulheres. Já abaixo dessa faixa etária, foram 24 falecimentos do sexo masculino e 22 do feminino. 

Mais da metade das mortes ocorreram em hospitais públicos. Foram 53 internações neste tipo de instituição, além de 18 em hospitais privados e 18 em instituições filantrópicas. Nos demais casos, a Sesab não detalhou este dado, sendo que algumas delas também ocorreram em casa.Segundo o último boletim divulgado pela Sesab, as comorbidades mais associadas às mortes são, respectivamente, hipertensão (43 casos), diabetes (38) e alguma cardiopatia (22). Chama a atenção, também, que 12 vítimas não tinham doenças pré-existentes.Em 45 casos, a Sesab divulgou a data da admissão do paciente num hospital e a data do óbito. Sendo assim, foi possível levantar que essas vítimas ficaram, em média, oito dias internadas. Um homem de 67 anos, que sofria de diabetes e hipertensão, chegou a ficar 32 dias internado num hospital filantrópico de Salvador. Ele deu entrada no dia 27 de março e morreu em 28 de abril.

Em cinco casos divulgados pela Sesab a pessoa morreu no mesmo dia em que chegou à unidade de saúde: um homem de 87 anos de Salvador que sofria de Alzheimer; uma mulher de 74 anos de Salvador com cardiopatia; uma mulher de 82 anos de Gongogi que sofria de hipertensão e diabetes; um homem de 64 anos de Salvador que tinha câncer; e uma mulher de 42 anos de Uruçuca que era obesa e sofria de hipertensão e diabetes.