Bahia fica em 2º lugar em ranking de desmatamento da Mata Atlântica

Estado perdeu equivalente a quase 4 mil campos de futebol

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  • Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2020 às 20:26

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/Arquivo CORREIO

A Bahia é vice-campeã de desmatamento na Mata Atlântica. Entre 2018 e o ano passado o estado perdeu 3,5 mil hectares de floresta nativa, conforme aponta um levantamento divulgado nesta quarta-feira (27) pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe). A área desmatada é equivalente a 4 mil estádios como a Arena Fonte Nova. O estado ficou atrás apenas de Minas Gerais, que perdeu quase 5 mil hectares.

De acordo com a SOS Mata Atlântica, o país tinha dois períodos consecutivos em queda no nível de desmatamento mas, de 2018 para 2019, o Brasil chegou a um aumento perto de 30% em área desmatada. Ao todo, foram 14,5 mil hectares a menos neste intervalo. Entre 2017 e 2018 havia sido 11,4 mil hectares. Considerando o período atual e o anterior, a Bahia teve um aumento de 78% de desflorestamento. ONG chamou atenção para perda vegetal na região de Jaguaripe (Foto: Reprodução/SOS Mata Atlântica) Os estados com desmatamento zero são Alagoas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo. 

“A ampliação do desmatamento da Mata Atlântica observada mostra que a destruição do meio ambiente não tem ocorrido apenas na Amazônia. E o fato é preocupante, já que restam apenas 12,4% da Mata Atlântica – o bioma é o que mais perdeu floresta no país até hoje”, afirmou Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica.

De acordo com Marcia Hirota, coordenadora geral do levantamento, foi possível perceber desmatamentos em áreas do interior e nos limites da Mata Atlântica. Na avaliação dela, essa perda da natureza poderia ter sido evitada se houvesse maior ação do poder público. A fiscalização destas ocorrências na Bahia é de responsabilidade do Instituto Do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). O CORREIO solicitou um posicionamento do órgão, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.