Bahia Othon já tem 'uma gama de possíveis interessados em sua compra'

Gerente geral de operações da Rede Othon, Jorge Chaves conversou com o CORREIO sobre as negociações pela venda do hotel

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  • Giuliana Mancini

Publicado em 15 de maio de 2020 às 17:41

- Atualizado há um ano

. Crédito: Tiago Caldas/CORREIO

Emblemático, histórico e em uma boa localização. Tudo indica que o Bahia Othon Palace será vendido em poucos dias. É o que garante Jorge Chaves, gerente geral de operações da Rede de Hotéis Othon. Em conversa com o CORREIO, ele deu detalhes sobre a comercialização do empreendimento, que, atualmente, está em fase de negociações.

Segundo Chaves, "há uma de interessados" no imóvel, justamente por seus atrativos. Soma-se a isso a conservação contínua que está sendo feita no local - mesmo um ano e meio após o fim de seu funcionamento, ocorrido em novembro de 2018. "A gente tem mantido a manutenção, segurança e todo o cuidado com o prédio", garante. Por isso mesmo, o grupo crê que a venda aconteça em um período entre 45 e 60 dias.

Inaugurado em 1975, o Bahia Othon Palace, localizado na Avenida Oceânica, em Ondina, tem 301 apartamentos. Até então maior hotel em atividade de Salvador, empregava cerca de 240 funcionários. Seu fechamento foi comunicado pela Rede Othon no dia 16 de outubro de 2018, com o funcionamento se mantendo até o dia 19 de novembro do mesmo ano. 

Aliás, a decisão de vender o Bahia Othon agora, um ano e meio após seu fechamento, já estava programada. "Não teve um estopim motivador. Já fazia parte do nosso cronograma e a gente está dando sequência", afirmou Chaves. Para conduzir o processo, foi contratada a empresa SinchroPartners, especializada em assessoria empresarial reconhecida pela atuação internacional.

Por que a decisão de vender o Othon um ano e meio depois de fechado? Essa decisão já estava programada, na verdade. Isso faz parte do processo de reestruturação da companhia. A gente fechou o Bahia Othon no fim de 2018, em novembro, e fazia parte do nosso plano, após a aprovação da recuperação judicial, a gente dar continuidade ao processo de reestruturação que envolvia, aí, a negociação desses nossos ativos. Não teve um estopim motivador. Já fazia parte do nosso cronograma e a gente está dando sequência com esse processo.

Há algum tipo de desvalorização pelo hotel estar com as portas fechadas há um ano e meio? A gente não deixou o imóvel fechado, abandonado. A gente continua com uma equipe de manutenção.Se você ir lá agora no nosso prédio, verá, inclusive, que nossos jardins estão bem cuidados. Seguimos tendo um cuidado total dentro do nosso prédio, uma manutenção contínua. Claro que um ano e meio é pouco para ter um desgaste profundo, mas seria maior se nós não mantivéssemos todo esse cuidado.A gente tem mantido a manutenção, segurança e todo o cuidado com o prédio, mesmo ele estando fechado.

A pandemia do novo coronavírus atrapalha a possibilidade de venda? A gente entende que não. Quando a gente fechou o prédio, em 2018, a gente teve uma gama de pessoas interessadas à época - mas não era ainda o momento de comercializar o prédio. Agora, com o início dessa ação de venda dos imóveis, a gente vê que aqueles mesmos interessados nos buscaram novamente.Então acreditamos que, como são imóveis muito bem localizados, históricos por sua natureza, emblemáticos desde suas construções, eles não serão ativos de difícil comercialização, de difícil venda. Já que há uma gama de interessados.Vocês já disseram que acreditam que será uma venda rápida. É por já existirem interessados? Exato. No contexto, não só por já terem interessados, que já estão em contato conosco, mas também por se tratarem de imóveis tão bem localizados e de grande procura do público.O imóvel da Bahia, por exemplo. Caso seja adquirido para continuar como empreendimento hoteleiro, ele está sendo mantido com todas as unidades funcionando. Não há qualquer unidade bloqueada nos 301 apartamentos que ele possui. Então, não há dificuldade para ser reaberto como um projeto hoteleiro.Ao mesmo tempo, se for um outro tipo de projeto, até mesmo um projeto misto, há uma grande área, a área verde, entre outras, onde é possível construir novos empreendimentos. Tudo isso é um enorme atrativo para conseguir a venda do prédio. 

A intenção do grupo é que o prédio seja mantido como hotel? Ou o comprador escolhe o que faz - inclusive, com possibilidade de demolição? Fica a critério do comprador. O novo proprietário do imóvel é que vai decidir por isso, até porque é uma comercialização livre. Então aquele que tiver a melhor proposta é o que irá fazer jus a ter o imóvel e a decisão cabe a ele.

A Sinchro Partners foi contratada para conduzir o processo de venda. Como foi essa escolha? A gente procurou uma empresa séria e reconhecida não só nacionalmente, como também por possíveis investidores externos. A Sinchro Partners é uma empresa bem consolidada, responsável pela venda de grandes ativos, então a gente procurou um grupo bem sério nesse processo. E que pudesse ter uma amplitude de negociação não somente nacional, mas também internacional.

Existe uma meta de valores para a venda do Bahia Othon? Com certeza. Esse imóvel passou por uma avaliação. Claro que há um valor mínimo. Mas, como a gente abre a negociação, falar o valor, a gente não faz, para justamente não atrapalhar a negociação. Mas existe, obviamente, um valor mínimo a ser negociado dentro do imóvel. Mas estamos abrindo a concorrência a vários players, então a ideia é que possamos vender pelo melhor valor possível.