Bahia registrou 13 casos de microcefalia esse ano e 70 desde 2010

O número de ocorrências está dentro do esperado pela Secretaria Estadual da Saúde

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  • Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2015 às 18:03

- Atualizado há um ano

Este ano 13 casos de microcefalia foram registrados na Bahia. O número é quase o dobro do que foi registrado no ano passado, quando sete casos aconteceram, mas ainda está dentro da média esperada pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesab). Na quarta-feira (11), o Ministério da Saúde decretou situação de emergência sanitária nacional devido ao aumento de casos no Nordeste. 

Em Pernambuco, médicos suspeitam que a elevação no número de casos de microcefalia possa estar relacionada com doenças infectocontagiosas, como zika vírus, dengue e chikungunya. 

De acordo com os dados da Sesab, entre os anos de 2010 e 2014 o número de microcefalias na Bahia variou entre sete e 15 casos. Nos últimos cinco anos foram 70 ocorrências em todo estado. Salvador teve 20 casos. Os municípios de Cipó e Itabuna ficaram nas segunda posição com três registros cada.

Salvador foi o município com o maior número de casos desde 2010. Este ano, três bebes nasceram com microcefalias na cidade. Os municípios de Alagoinhas, Conceição do Jacuípe, Encruzilhada, Ilhéus, Irajuba, Itabuna, Macaúbas, Quijingue, São Francisco do Conde e Taperoá registraram um caso cada.Ministro da Saúde, Marcelo Castro, durante coletiva ontem sobre casos de microcefalia(Foto: Divulgação)Situação de emergênciaNo estado de Pernambuco, pelo menos 147 casos foram registrados em diferentes municípios, mas também existem suspeitas no Rio Grande do Norte e Paraíba. O crescimento no número de casos começou a ser percebido no fim de agosto deste ano e é a maior infestação do mundo.

A situação levou o Ministério da Saúde a enviar a Pernambuco uma equipe especializada em emergências em saúde pública para averiguar o caso. Ainda não há informações sobre as causas possíveis para o aumento nos registros, mas uma das formas de manifestação da microcefalia é através de infecção, quando a mãe contamina o bebê.

Os médicos de Pernambuco estão investigando se existe relação entre o aumento no número de casos de microcefalia e a epidemia de zika vírus, dengue e chikungunya que afetou o estado e todo o país há alguns meses. 

Para a diretora do Hospital Couto Maia, em Salvador, Ceuci Nunes, a pesquisa é importante, mas é preciso ter cuidado. "Não é uma situação simples de analisar. O conhecimento desse assunto ainda é muito pequeno para afirmar que existe essa associação, mas é preciso investigar", disse.  

Ela lembrou que a Bahia foi o estado com maior número de casos de zika e chicungunya no Brasil e que o Estado não apresentou alterações significativas no número de casos de microcefalia. Ela destacou a necessidade dos cuidados que as mulheres devem adotar durante a gestação. 

"A microcefalia se dá também por contaminação congênita, por isso é importante que a mãe tenha os devidos cuidados. Através de exames é possível estabelecer se há uma relação temporal (entre a época da contaminação por zika e o diagnóstico do bebê). Fazer o acompanhamento da gravidez é essencial, o pré-natal é indispensável", afirmou.

Malformação do cérebroA microcefalia é uma malformação congênita em que o cérebro do bebê nasce menor que o normal. Essa deficiência pode ser transmitida pela mãe através de uma invfecção ou por substâncias químicas. Bactérias, vírus e radiação também podem provocar a doença.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental. A exceção é apenas para os casos de origem familiar, em que o desenvolvimento cognitivo pode ser normal. O tipo e o nível de gravidade das sequelas variam de caso a caso, mas, dependendo do tipo de anomalia, é possível fazer a correção através de cirurgia.