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Baiana faz campanha para pagar cirurgia de coração da filha de 6 anos


 

Pequena Nina se prepara para a terceira cirurgia cardíaca da sua vida

  • Carol Neves

Publicado em 29/04/2019 às 06:34:00
Atualizado em 19/04/2023 às 17:30:07
. Crédito: Foto: Arquivo Pessoal

A vida da pequena Nina, 6 anos, é normal. Ela brinca com as amigas, gosta muito de dançar, faz educação física na escola. Quem vê a garota correndo de lá para cá nas festinhas pode não imaginar, mas ela desde pequena vive uma batalha médica. Nina nasceu com cardiopatia congênita e se prepara para passar nos próximos meses pela terceira cirurgia da sua vida. A cardiopatia congênita é o nome que se dá a diversas anomalias cardíacas com as quais se nasce. Segundo dados do Instituto do Coração da Criança e do Adolescente do Ceará de 2015, 9 em cada 1000 nascidos no Brasil têm alguma anormalidade cardíaca, o que chega a uma soma de mais de 25 mil bebês nascendo por ano com cardiopatia.

(Clique para acessar a campanha de arrecadamento)

A mãe dela, a psicóloga Caroline Carmo, conta que exames feitos durante a gravidez mostravam um problema no coração, mas que não parecia necessariamente ser algo grave."Era dito para mim que poderia ser algo de fazer uma cirurgia quando ela nascesse ou que poderia ser algo reversível. Muitas crianças nascem com isso (comunicação interventricular, uma espécie de buraco entre os dois lados do coração) e fecham depois. Era algo muito amenizado", relembra. "Na verdade, essa era a pontinha do iceberg".Assim que nasceu, Nina foi direto para a UTI e passou por exames mais detalhados "Ali já se faz um diagnóstico de uma coartação de aorta. Para ela, que tem malformação, é um caminho tortuoso, faz parte de uma complexidade que ela tem", diz. Nesse quadro, ocorre um estreitamento de parte da aorta que reduz o fluxo sanguíneo. Ali a família recebeu a notícia de que recém-nascida precisaria passar por uma cirurgia logo.

Também veio a indicação para buscar o tratamento especializado em São Paulo. "Na terça-feira ela nasceu, na sexta ela vai de UTI móvel com o pai e eu no sábado fui de avião convencional, correndo risco de trombose, riscos de puérpera". O custo da cirurgia e cuidado pós-operatório girou em torno de R$ 60 mil, que a família se esforçou para pagar. Nina fez sua primeira cirurgia, de peito aberto, com apenas 9 dias de vida.

Depois, foram cerca de 20 dias na UTI se recuperando do procedimento. "Era toda com crianças cardiopatas, um tratamento muito específico. Tivemos a dimensão do quanto foi importante ir para São Paulo em busca disso", lembra a mãe. Nina teve uma boa recuperação e mais de 40 dias depois a família voltou para Salvador. Na época, Caroline estava de licença-maternidade e o então marido conseguiu sair de férias para acompanhar a família.  Mas ela percebeu que precisaria de mais tempo para se dedicar à filha. "Quando voltamos, eu fiquei um tempo com ela, não voltei a trabalhar. Fiquei dois anos fora do mercado de trabalho, só na função (de se dedicar à filha)".

Nina continuou com acompanhamento médico e tomando medicamentos para pressão e para o coração. Quando ela tinha 1 ano, os exames de rotina mostraram alterações e a mãe recebeu a notícia de que a filha precisava de uma nova cirurgia. "Teve um custo mais baixo, porque tinha pouco tempo (da anterior), foi com a mesma equipe, mesmo cirurgião".

Desde então, a criança seguiu a vida normal, sempre tomando os remédios e fazendo exames de rotina, mas sem nenhuma grande limitação."Ela tem restrição a sal, porque é hipertensa, e toma as medicações. O que a cardiologista dela fala é que ela não pode ser atleta, né? Não vamos forçar o coração. Mas balé, natação, sem ser competição, normal. Ela já fez balé, hoje faz educação física na escola".Em março desse ano, Nina fez uma ressonância que mostrou novamente resultados alterados e acendeu um sinal de alerta para os médicos. "Eles falam: 'Vamos aproveitar que ela está em um momento bom, sem sintoma... Pelo que os exames mostraram ela podia estar tendo desmaio, sudorese, cansando, mas não está".

A família recebeu uma pré-estimativa de que os custos da cirurgia iam ficar em R$ 100 mil. Nina será operada entre setembro e outubro, quando o médico virá ao Brasil - atualmente o cardiologista José Pedro da Silva mora em Pittsburgh, nos EUA.

Caroline conta que teve a ideia de fazer uma campanha para arrecadar o dinheiro recentemente, depois de ajudar uma criança que há dois meses passou por uma operação similar à da filha. "Eu fiquei em contato com ela (mãe do menino). E hoje o problema dela é crônico. É algo que o cirurgião chega para gente e fala que não é a última (operação). Essa é mais uma que a gente vai passar e a gente torce para que demore tanto ou mais (para ter novamente necessidade de operar)", diz. "A campanha acaba sendo para o momento de agora, mas o que puder ser arrecadado é importante para uma criança com um grau de complexidade clínica dela", conta.

Apesar do problema de saúde, Nina leva uma infância normal. "Você olha para ela e não vê nada, parece que estão falando de outra criança. Ela é esperta, dança, canta, dança um funk retado", ri a mãe. Ela entende que tem um "dodoi" e vai passar por uma cirurgia."Venho trabalhando com ela tudo que ela vai vivenciar. Ela entende o exame, ela já sabe que a cirurgia vai precisar ver um dodoi por dentro, porque é de peito aberto. Ela tem uma cicatriz, só agora ela me pergunta porque ela tem uma e eu não. E eu explico: 'Você nasceu com um coração especial, e esse coração já foi mexido'. Mas passa, ela esquece, mas vira e mexe ela volta".Veja mais dados para ajudar na campanha:

Dados: Caroline Teixeira Carmo CPF 833.845.705-10

Banco do Brasil Ag. 2816-9 Conta poupança 212064-x Variação 96

Bradesco Ag. 1425 Conta poupança 836028

Santander Ag. 4682 Conta Poupança 6000244147

Itaú Ag 8702 Conta poupança 19157-1 Variação 500

Para entender mais sobre a cardiopatia congênita veja esse vídeo produzido pelo Hospital Infantil Sabará: