Baiana pede indenização de R$ 571 mil a Bolsonaro por 'tratamento precoce'

Advogada foi tratada com azitromicina e ivermectina por médico bolsonarista e sofreu efeitos colaterais

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  • Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2021 às 11:36

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Uma advogada, moradora de Feira de Santana, entrou na Justiça contra o presidente Jair Bolsonaro. A baiana pede uma indenização de mais de meio milhão de reais para o político por ele ter divulgado o “tratamento precoce” contra o novo coronavírus, mesmo sem haver eficácia cientificamente comprovada.

De acordo com o Metrópoles, Manuela Menezes foi diagnosticada com covid-19 duas vezes em 2021. Durante a internação, ela foi tratada com azitromicina e ivermectina, fármacos que compõem o chamado kit Covid e que foram amplamente divulgados por Bolsonaro para uso contra o novo coronavírus. 

A advogada cita, inclusive, que o médico que a atendeu teria dito a ela que Bolsonaro também era a favor deste remédio. Hoje, a advogada tem sequelas devido à enfermidade, como queda de cabelo e perda de memória.

Moradora de Feira de Santana, no interior da Bahia, a mulher cobra R$ 571 mil da União. A ação será julgada na 1ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária da Bahia (SJBA).

“Tenho problemas psicológicos e físicos. Estou tomando medicamentos devido às sequelas que tive da covid e um dos efeitos colaterais é estar proibida de dirigir. São remédios para pessoas que têm acima de 70 anos, para memória”, conta a advogada, em entrevista ao Metrópoles.

“Estou passando situações vexatórias no meu trabalho. Tenho dores de cabeça diariamente. Não consigo nem mais pentear meu cabelo com rabo de cavalo, pois meu cabelo cai muito deste então, tenho vários buracos. Cheguei ao ponto de pensar se foi bom ter sobrevivido à covid; se isso é uma benção ou uma maldição. O que espero de um governante é que ele seja responsabilizado. Queria que as autoridades tivessem mais atenção aos sobreviventes do vírus”, complementa Manuela.

Em nota, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que não houve intimação no mencionado processo.