Balanço aponta receita recorde do Bahia em 2021 e preocupação com 2022

Contas do tricolor da temporada passada foram aprovadas pelo Conselho Deliberativo

  • D
  • Da Redação

Publicado em 30 de março de 2022 às 14:50

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

No ano em que foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro, o Bahia teve o maior faturamento da sua história. Nesta terça-feira (29), as contas do tricolor do exercício de 2021 foram apresentadas durante reunião com o Conselho Deliberativo. 

De acordo com o documento apresentado, o Bahia teve faturamento bruto de R$ 208,6 milhões, R$ 37,6 milhões a mais do que o orçado para a temporada 2021, que foi de R$ 171,9 milhões. 

É importante ressaltar, no entanto, que o valor recorde só foi possível por conta da entrada de receitas do ano anterior - principalmente do contrato de televisão-, já que o Campeonato Brasileiro de 2020 foi encerrado apenas em fevereiro de 2021, após a paralisação por conta da pandemia da covid-19. 

Na composição das receitas, o contrato de transmissão dos jogos foi responsável pela maior parte do faturamento, representando R$ 90,65 milhões. O Bahia registrou ainda R$ 18,24 milhões em patrocínio e marketing, R$ 22,89 milhões bilheteria e programa de sócio torcedor, R$ 35, 44 milhões com negociação de atletas, R$ 5,92 milhões com a Loja Esquadrão, R$ 32,85 milhões em luvas e R$ 2,64 milhões em outras receitas.    Contrato de televisão foi responsável pela maior fatia do faturamento tricolor no ano passado (Foto: Reprodução) Entre as saídas apresentadas, foi registrado gasto de R$ 137 milhões com o futebol. A folha média mensal do Esquadrão na temporada passada foi de R$ 6,1 milhões. O valor envolve os elencos principal e sub-23 e a comissão técnica. 

Apesar das altas cifras, o Conselho Fiscal chamou a atenção para alguns aspectos negativos como o pagamento de R$ 6,5 milhões em juros e multas por atraso no pagamento de empréstimos, tributos e fornecedores.

Além disso, o documento aponta que o Bahia deixou de recolher encargos trabalhistas incidentes na folha de pagamento de 2021, incluindo o 13 º salário e recolhimento mensais de IRRF dos colaboradores. 

Outro ponto destacado foi o pagamento acima do normal em comissão para intermediários na venda do atacante Thiago ao New York City, dos Estados Unidos. A Diretoria Executiva, encabeçada por Guilherme Bellintani, explicou que nesse caso específico precisou fazer o pagamento para três empresas. Duas que agenciam a carreira do jogador e para outra que trouxe a proposta do clube americano.  Atraso no pagamento e não recolhimento de impostos foi destacado pelo Conselho Fiscal (Foto: Reprodução) Mesmo com os problemas, o Conselho Fiscal emitiu parecer favorável à aprovação das contas, mas mostrou preocupação com a operação do clube em 2022. Entre as ênfases destacadas pelo órgão estão os atrasos recorrentes no recolhimento de encargos, que pode levar a processos trabalhistas, e débitos na ordem de R$ 10,3 milhões com a Receita Federal, e R$ 9,6 milhões com a Caixa Econômica Federal, referente a migração do Profut para o Perse.

É importante lembrar que em 2022 a expectativa de arrecadação do Bahia é bem menor do que o faturamento bruto que o clube conseguiu em 2021. No início do ano, o tricolor apresentou orçamento de R$ 95,6 milhões, o que representa uma diferença de R$ 113 milhões.  

Por maioria de votos (40 a 35), os conselheiros também decidiram não emitir advertência complementar na aprovação. As contas agora precisam ser aprovadas pelos sócios em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que deve ser convocada nos próximos dias.