Balanço financeiro do Vitória mostra déficit de R$ 10 milhões em 2020

Endividamento do clube é de R$ 165,7 milhões ao fim do ano passado

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  • Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2021 às 20:21

- Atualizado há um ano

. Crédito: Pietro Carpi/EC Vitória

O Vitória divulgou, nesta sexta-feira (9), o balanço financeiro referente a 2020. No documento, o clube aponta resultados operacionais negativos, com um déficit de R$ 10,4 milhões no ano. No exercício de 2019, o déficit era de, aproximadamente, R$ 1,8 milhão.

O relatório afirma que os cofres rubro-negros foram impactados pela pandemia da covid-19, citando redução dos valores pagos por patrocinadores, diminuição do programa de sócios, bem como a ausência de público no estádio. O documento aponta ainda a "redução drástica nas receitas oriundas de bilheterias, bares e estacionamento".

Diante disso, o clube adotou medidas de contingência, como flexibilizações trabalhistas e tributárias - como suspensão ou redução da jornada de trabalho e redução de salários -, ações para prestigiar sócios em dia e empréstimo junto a um banco. Gráficos divulgados no relatório financeiro do Vitória (Foto: Reprodução) De acordo com o documento, o déficit do exercício de 2020 é o segundo pior dos últimos cinco anos. Só é superado nesse quesito para 2017, quando fechou o ano com resultado negativo de R$ 59,8 milhões. O relatório mostra ainda que 2016 foi o último ano que o clube terminou com as contas positivas, com superávit de R$ 25,9 milhões.

"O clube vem sofrendo desde o exercício de 2019 quedas substantivas na receita bruta, decorrente do descenso para Série B do Campeonato Brasileiro, agravado pelo estado de pandemia em decorrência da covid-19, em comparação ao exercício de 2018 a queda na receita bruta foi de R$49.080 ou seja 56,4%", diz o relatório.

O documento mostra ainda uma diminuição brusca nas transações de atletas. Em 2019, o clube conseguiu mais de R$ 21 milhões com a negociação de direitos econômicos de atletas, o que representou 40,2% da receita total daquele ano. Já em 2020, recebeu apenas R$ 3,7 milhões, o que correspondeu a 9,9%.

"Um decréscimo de R$17.537, que dificultou sobremaneira a capacidade da administração de equalizar as necessidades financeiras do clube em um ano de pandemia", afirma o texto. A distribuição das receitas do Vitória, segundo o relatório (Foto: Reprodução) O relatório aponta que as despesas tiveram redução de R$ 6,5 milhões em 2020 (total de R$ 47,6 milhões) com relação ao ano anterior (R$ 54,1 milhões em 2019). "A diretoria efetuou enorme esforço para redução de custos em todas as áreas do clube, na tentativa de manter as despesas dentro da receita esperada para o exercício", diz.

Com o futebol profissional, o Vitória gastou R$ 34,7 milhões. Mais de R$ 4 milhões foram para questões judiciais trabalhistas e cíveis e R$ 16 milhões foram destinados ao pagamento de salários e encargos.

No balanço, o Vitória informa a receita de R$ 9,8 milhões pela venda de Diego Rosa feita pelo Grêmio ao grupo City, acionista do Manchester City. Mas, segundo o documento, o valor deve constar nas receitas de 2021 como passivo da temporada anterior. Isso pois o atleta se transferiu apenas em janeiro de 2021.

Ainda de acordo com o relatório, endividamento total do Vitória é de R$ 165,7 milhões. As dívidas de curto prazo correspondem ao valor de R$ 67,4 milhões e as de longo prazo, a R$ 98,3 milhões. Endividamento do Vitória ao fim do exercício de 2020 (Foto: Reprodução) O documento ainda destaca que as contas não incluem os valores devidos pelo Vitória S/A.

"Neste exercício de 2020, ainda não foi possível consolidar as demonstrações financeiras (balanço) do Esporte Clube Vitória com o Vitória S/A. As demonstrações financeiras do Vitória S/A relativas ao exercício de 2020 estão sendo auditadas pela empresa de auditoria externa RSM-Auditores Independentes e em 2021 haverá a consolidação dos direitos e obrigações com as demonstrações financeiras do Esporte Clube Vitória", diz o relatório.

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