Baleia jubarte achada morta no Sul da Bahia não tem previsão de remoção

Das dez baleias achadas mortas no país este ano, seis foram na costa baiana

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  • Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2018 às 19:06

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Instituto Baleia Jubarte

Uma baleia jubarte de 14 metros e peso estimado de 45 toneladas foi encontrada morta na Praia dos Corais, em Alcobaça, cidade do Extremo Sul da Bahia. O mamífero marinho macho foi localizado encalhado no local na última quarta-feira (27), mas, segundo o veterinário e pesquisador do Projeto Baleia Jubarte, Hernani Ramos, pelo estado de decomposição, o animal estava morto há pelo menos quatro dias.

A carcaça da baleia permanece no local e não há previsão de retirada. "Para fazer a remoção da carcaça, nós precisamos de maquinário potente e só quem tem esses maquinários são os municípios. Precisamos da cooperação deles para fazer a remoção. Só que nem sempre eles conseguem chegar nos lugares e é isso que está acontecendo agora. Eles não conseguem chegar lá", explica. A praia é afastada do município e pouco habitada, segundo ele.

O Projeto Jubarte teve conhecimento da carcaça após um morador do local acioná-los. "Fomos lá, fizemos o exame externo para tentar identificar possíveis lesões, mas não encontramos. Também coletamos amostras para ajudar no diagnóstico e fizemos a biometria do animal", explicou Ramos.

Esta é a 10ª baleia jubarte encontrada morta este ano no Brasil e a Bahia ocupa o primeiro lugar no ranking dos estados com maior número de ocorrências. De dez casos, seis foram na costa baiana, dois no Rio Grande do Sul e dois no Paraná.

De acordo com o pesquisador, o número é alto na Bahia porque é justamente a região do banco de Abrolhos que elas escolhem para se acasalar. "É o local onde elas parem seus filhotes. Migram da Antártica para se reproduzir na costa brasileira", explica Hernani, acrescentando que a temporada de reprodução se estende de julho a novembro. As baleias viajam até 8.000 quilômetros pelo Hemisfério Sul a fim de se reproduzir.

No ano passado, ao todo, foram encontradas 122 baleias encalhadas. Na avaliação do pesquisador, esse ano o número deve crescer. "É que esse ano temos muitos ventos sul, sudeste e leste, trazendo as carcaças para o continente. Quando sopram do continente para o mar, as carcaças vão embora."

Veja o que fazer se encontrar uma baleia encalhada: Isole a área e entre em contato com o Programa de Resgate do Projeto Baleia Jubarte - outras espécies de baleias, lobos marinhos botos e golfinhos também são atendidos. Contato da sede do projeto na Praia do Forte: (71) 3676-1463 ou 8154-2131. / Sede de Caravelas (Sul do estado): (73) 3297-1340 ou 98802-1874 (ligações a cobrar são aceitas); Não toque e nem se aproxime. Além do tamanho e do peso, que podem oferecer riscos, animais encalhados, vivos ou mortos, também podem transmitir doenças aos seres humanos; Animais domésticos, como cães e gatos, também precisam ficar longe do local pelos mesmos motivos; Não se aproxime da cauda. São animais grandes em situação de debilidade física, que podem se tornar ariscos com a aproximação de outros indivíduos e causar ferimentos; Não tente salvar o animal ou devolvê-lo ao mar se ele estiver com vida. O trabalho deve ser feito por especialistas; Evite respirar o ar expirado pelos animais. Nunca toque e ingira nada do animal morto; Tire fotografias do animal, para possibilitar a identificação da espécie e documentação do caso.