Bandidos invadem casa e fazem família refém na Santa Cruz

Eles se entregaram após cerca de 3 horas de negociação

  • D
  • Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2019 às 22:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Tailane Muniz/CORREIO

Cinco homens invadiram uma casa, na noite desta terça-feira (28), no bairro de Santa Cruz, no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador, e mantiveram uma família refém por cerca de três horas. Eles se entregaram às 23h40. De acordo com a polícia, uma postola .40 foi apreendida com o grupo.

A polícia confirmou que havia seis reféns na casa, que fica na Rua da Floresta -  duas mulheres, duas crianças e dois homens que irão para delegacia para averiguação. No local, ao menos dez viaturas, incluindo as Rondas Especiais (Rondesp) e Batalhão de Operações Especiais (Bope), além da 40º Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Nordeste de Amaralina), participaram da negocião para liberação dos reféns. 

"Fomos informados de um veículo transitando na Garibaldi por volta das 18h30, efetuamos a abordagem do veículo e identificamos cinco suspeitos, dentre eles três com mandado de prisão em aberto. Foram conduzidos para o DHPP. Na chegada eles deram essa casa, que seria residência de um deles, onde haveria arma e drogas. Outras g guarnições nossas deslocaram aqui pro local e tentaram efetuar a abordagem. Durante a tentativa de adentrar, foram recebidos a tiros e uma família foi feita de refém. No final do fato, fizemos isolamento da área e acionamos o Bope, que é especializada", explica o major Edmundo Assemany, comandante da Rondesp Atlântico. Segundo ele, os reféns são familiares de um dos suspeitos. 

Mais cedo, o comandante da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Nordeste de Amaralina), major Valdino Sacramento, tinha explicado que a invasão aconteceu após prisão de traficantes que pertencem à facção que domina o bairro. “Houve prisões, fora do Complexo, e a Rondesp foi informada da movimentação de meliantes do mesmo grupo. Ao vir averiguar, se desenrolou uma perseguição e, posteriormente, a invasão”, explicou o major

Na Sucupira, rua vizinha, muitos moradores acompanharam a negociação. A polícia isolou a entrada da rua, permitindo passagem somente da imprensa. Toda a situação, incluindo o início da operação com prisão de cinco suspeitos antes da invasão, começou às 18h30.  (Foto: Tailane Muniz/CORREIO) Outros casos Em dezembro do ano passado, quatro homens invadiram o Centro de Saúde Osvaldo Caldas Campos, também no bairro de Santa Cruz, e fizeram 16 reféns por mais de três horas. Caíque Silva Cerqueira, 19 anos, Danilo Santos Nascimento, 28, Jeferson Oliveira Silvany e Erick dos Santos Batista trocaram tiros com militares das Rondas Especiais (Rondesp) antes de renderem funcionários e pacientes da unidade, incluindo um adolescente de 12 anos. 

No dia da ação, Erick e Jeferson não tiveram os nomes divulgados pela pasta. Os suspeitos só liberaram as vítimas após negociação do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com intermédio das mães de Danilo e Caíque. A imprensa também acompanhou toda negociação - a pedido dos quatro suspeitos.

Em abril deste ano, outro caso similar aconteceu na localidade de Serra Verde, no Vale das Pedrinhas, também no Complexo do Nordeste de Amaralina. Eric dos Santos Batista estava novamente envolvido - com outros cinco homens, ele invadiu uma casa durante uma fuga e fez novos reféns. Eric ficou apenas um mês no presídio. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ele foi solto por ordem judicial. 

Santa Cruz Após um tiroteio que terminou com três suspeitos mortos e um policial militar baleado, suspeitos invadiram o Centro de Saúde Osvaldo Caldas Campos, no bairro de Santa Cruz, em Salvador, em 10 de dezembro do ano passado, e fizeram 16 servidores e pacientes da unidade de reféns.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), que confirmou as três mortes, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM iniciou logo depois o processo de negociação para a libertação dos servidores. Ao todo, quatro suspeitos estavam no local."Após confronto com policiais da Rondesp/Atlântico na tarde desta segunda-feira (10), suspeitos de integrarem uma quadrilha de tráfico de drogas com atuação no Nordeste de Amaralina fugiram e se abrigaram no local", afirmou a SSP, em nota divulgada às 18h25.O policial militar baleado é da Rondesp Atlântico, que foi atingido na mão. Ele foi levado para o Hospital Geral do Estado (HGE). Mãe de Caíque, a manicure Bárbara Silva Cerqueira, 43, foi levada até o posto de saúde e ajudou nas negociações."Eu pedi a ele que se entregasse, que ele não ia ser morto. Minha única preocupação era que ele saísse de lá sem vida. Infelizmente, minha dor é enorme, de ver meu filho nessa situação. Ele não tinha necessidade disso", afirmou ao CORREIO.Segundo ela, Caíque, que é nascido e criado no Nordeste, foi preso por tráfico de drogas há cerca de dois anos. "Ele passou três meses preso. Saiu e já não estava mais se envolvendo como antes. Eu não acredito que hoje ele estava armado", disse.

Vale das Pedrinhas Uma família viveu momentos de terror no dia 4 de abril, quando seis homens fugiram de uma abordagem policial, invadiram uma casa e fizeram três pessoas reféns, incluindo uma criança de dois anos. O caso teve início às 16h30, na região conhecida como Serra Verde, no Vale das Pedrinhas. Policiais escoltam os seis homens que mantiveram mãe e filhos reféns (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) Estavam no imóvel uma mulher de 34 anos e seus dois filhos, sendo um deles um menino de dois anos, além de uma adolescente de 15 anos. Os homens invadiram a casa da família durante patrulhamento da Rondesp/ Atlântico. A casa utilizada como refúgio pelo grupo foi cercada por policiais.

Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), das Rondas Especiais (Rondesp) Atlântico e da 40ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/ Nordeste de Amaralina) negociaram a liberação dos reféns, que não ficaram feridos. Um helicóptero do Grupamento Aéreo (Graer) também foi acionado e monitorou possíveis rotas de fuga.