Bandidos que fizeram menino refém alugaram mansão para Réveillon

Para fugir da polícia, criminosos invadiram casa vizinha, onde estava o garoto, que tem autismo

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  • Bruno Wendel

Publicado em 1 de janeiro de 2021 às 12:08

- Atualizado há um ano

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Os bandidos que invadiram uma casa e fizerem refém um menino autista, na manhã desta sexta-feira (1°), em Vilas do Atlântico, alugaram uma mansão vizinha por 10 dias. Eles já estavam no imóvel havia uma semana. Durante esse período, festas foram realizadas com frequência - em uma delas havia mais de 30 pessoas. 

"Era festão, um atrás do outro. Muita bebida, muita mulher e muito mais. O aluguel foi para 10 dias", disse o caseiro do imóvel ao CORREIO. Ele havia chegado cedo para fazer a limpeza do local quando viu a polícia no entorno da mansão. "Me revistaram todo. Passei a maior vergonha. Disse a eles [policiais] que era o caseiro, que não entrava em nada e me liberaram", contou ele, que pediu para não ser identificado. 

Ele disse que a mansão pertence a uma mulher e que a pessoa que alugou a propriedade não estava quando a polícia chegou. "O 'bichão' foi esperto. Deu o dinheiro à dona da casa e se picou, largou os outros aí ", contou ele, que disse não saber o valor do aluguel. 

O CORREIO conversou também com algumas pessoas que estavam na casa invadida, também uma mansão, entre elas o tio do menino. "A gente não quer falar muito sobre isso porque está tudo ainda muito recente. Meu irmão alugou para a família e uns amigos passarem o Réveillon. O filho dele foi feito refém e estamos todos ainda chocados com tudo o que aconteceu. O que posso acrescentar é que o alvo da polícia era o pessoal da casa vizinha", disse ele antes de encerrar a conversa. 

Flagrados em mansão, bandidos fazem menino autista refém em Vilas do Atlântico

Outra pessoa da casa, uma mulher, disse que todos foram surpreendidos enquanto dormiam. "Entraram vasculhando todos os quartos. Foi terrível. O que a gente quer agora é só esquecer", declarou. 

Prisão Os quatro criminosos acabaram autuados, na manhã desta sexta-feira (1), quando foram detidos por equipes da Secretaria da Segurança Pública e da Polícia Federal. O grupo tem participação nas explosões de agências bancárias da Caixa Econômica Federal, em Salvador. O grupo comemorava o Réveillon com mais nove mulheres.

A organização criminosa era investigada pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), em apoio à PF. A Superintendência de Inteligência (SI) da SSP também auxiliou nos levantamentos.

Sabendo que os criminosos iriam comemorar a virada do ano, em uma casa de alto padrão alugada, em Vilas do Atlântico, na cidade de Lauro de Freitas, as equipes cercaram o imóvel.

Dos seis conduzidos, dois possuíam mandados de prisão por roubos contra instituições financeiras, um deles foi autuado por tráfico de drogas, pois estava com porções de maconha, e um por cárcere privado. O criminoso pulou o muro para outro imóvel e fez uma criança refém. Após negociação da COE, o garoto foi liberado, sem ferimentos.

"Atuamos sempre em parceria com a PF e esse trabalho continua. Sabemos que existem outros integrantes nesta organização criminosa e seguiremos firmes até retirarmos eles das ruas", disse o diretor do Draco, delegado Marcelo Sansão.

Operação Grupo envolvido com ataques a agências da Caixa Econômica Federal, em Salvador, foi surpreendido por equipes do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), da Coordenação de Operações Especiais (COE), da 52a CIPM e da Polícia Federal, que cercaram o imóvel e iniciaram o processo para cumprimento de prisões.

Na entrada, dois criminosos pularam para uma casa ao lado e fizeram uma criança de refém. Investigadores da COE iniciaram o processo de negociação e os assaltantes acabaram se rendendo. O garoto não teve ferimentos.

Durante varreduras na casa alugada pelos criminosos, os policiais encontraram porções de maconha e farta quantidade de bebida alcoólica.

No total, foram conduzidos para o Draco seis suspeitos. O grupo passa, nesse momento, pelo processo de identificação criminal.