Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.
Paulo Leandro
Publicado em 11 de janeiro de 2020 às 05:00
- Atualizado há um ano
Vamos hinear a Baiaco, Edvaldo dos Santos, homenageado pelo Bahia com o nome do novo prédio das categorias de base do clube.
‘Heroe’ de São Francisco do Conde, Protetor da zaga e apoiador do ataque, puxador de contra-golpes, pulmões róseos, de onde respira-se, agora e sempre, triunfos às divindades, inspirados pela décima musa – a do ‘fútil-ball’.
Em harmonia com a bela ‘Bola’, unidos, a esfericidade da ninfa engasta aos pés alados de volante-meia-tudo, cobrindo, marcando, apoiando. De grandes técnicos ouviu conselhos, imantando às chuteiras as vozes de figuras lendárias do Bretão.
Lançado ao ser-no-mundo como o peixe-inchado, das pernas tentáculos fazia, enquanto sonho leve dominava geral, o xaréu de ruidosos aplausos, multidão de seguidores espremida nos portões do gol do Dique, liberta em alegria aos meados do tempo final.
A louvar em estribilhos, aos gritos, o camisa 5 do hepta, e antes do bi, e depois outros tantos eternos títulos de faixas multiplicadas em temporalidade afetiva, escondida da suposta realidade de perigosos meias adversários e leões humanos fantasmagóricos.
Iluminavam aos refletores marcações históricas a Rivelino, Ademir da Guia, Leo ou Fischer, Dirceu Lopes, Paulo César Lima, Esquerdinha, de grande, média ou pequena agremiação, exibida até hoje, tanta categoria para o canto de radialistas imortais.
Amado pela deusa Éos, a Chega-Cedo, Chega-bem, Chega-suave, no Fazendão fez ninho aos pássaros, ouvindo a cítara, inaudível aos comuns, mergulhando os pés na bacia de água quente, preparada por zeloso Alemão, em louvor a Cosme, Damião e Dioniso.
Neste tempo regulamentar, chegavam mais ‘heroes’, de cada quarto saídos, na pós-aurora, para com ele bater o desjejum do dominó sagrado, de buchas e lasquinês, camburões de sena nas cores divinais, assim a inteligência revelava o que o analfabetismo escondia.
Prodigiosa é a mente do guardião, sem habilitação, ao trocar com o policial rodoviário o direito de guiar, oferecendo oficiais pelotas de couro surrupiadas. Bem como o apartamento da Pituba, cedido por admirador que o liberou, indevidamente antes ocupado.
Do imaginário do mago das imagens faladas, França Teixeira, saltou para almoçar seu prato preferido – o fundo; Mesmo contundido, não hesitava: “companheiros, comigo ou ‘semigo’”, já entra campeão o gladiador Bahia, no coliseu do povo.
Em seu amado rancho, na Ítaca do Conde, fixou sua fidelidade de Ulysses e Penélope. Nenhuma Circe ou Calipso vencera seu Bahia em sedução.
O ‘Heroe’ tem no Natalício de 7 de janeiro a data para promovermos, a partir de 2021, os Jogos a Baiaco, o Grande Baiano, dos olimpianos protegido, autorizado pelas fiandeiras a viver a eternidade em juventude.
Passadas de pés ligeiros dão ritmo ao bombear do sangue nos corações tricolores: livres, capazes de superar todo e qualquer inimigo, troiano ou persa, rubro ou negro, de qualquer coloração que não seja a da sua pátria – campeão dos campeões!
Tua original oxítona poupou-se ao ouvido pudico, e do peixe fez-se o craque, ó campeoníssimo! Amável em nada dizer e muito jogar, serás sempre senhor, ó Baiaco, glorioso Rei do Conde, ‘heroe’ de pulmões plenos, pés ligeiros, marcação cerrada e alegria de ser-Bahia, auge da condição humana da qual jamais se deve evoluir!
Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade