Bento Carneiro e a saudade do velho Bahia

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Paulo Leandro
  • Paulo Leandro

Publicado em 3 de novembro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Recomendaria o vampiro brasileiro, personagem criado por Chico Anysio, no tempo do humorismo inteligente no Brasil:

- cuidado cê que está assistindo eu aí porque vou te pichar uma mardição...

A fantasiosa mensagem seria enviada a Atlético Mineiro e Bahia, dois times supostamente ameaçados pelos dráculas da bola.

Ambos já receberam sinais da necessidade de ficarem muito, mas muuuito espertos, o Atlético, seguido de perto por clubes pra lá de perigosíssimos, o Palmeiras e o Flamengo, dupla associada pelos fóbicos aos projetos de mercado e de má política, enquanto o Bahia, com seu belíssimo uniforme vermelho, não precisa dizer mais nada...

Como faz falta agora o ídolo Nena! O competente profissional do Departamento de Registros e Transferências transitava livre, livre, nas salas empoeiradas da velha Federação Bahiana de Futebol, sempre atento ao serviço, na época boa de Osório e sucessores, fieis ao cumprimento de prazos e movimentações...

Um servidor de olhos e ouvidos superdotados agora, dentro da CBF, liderada por conterrâneo de iniludível capacidade, seria de uma luz intensa para a compreensão de algum ardil, com o ânimo de evitar prejuízos, como ficou óbvio por ocasião do escandaloso penal não marcado na partida contra o Juventude em Caxias do Sul.

Besta é quem crê em boa vontade na operação do VAR, desmascarado, a cada ilícito, como um agente legitimador tecnológico dos resultados interessantes aos investidores e patrimonialistas do fútil-ball, alguns deles invisíveis, acrescentando, como explicou professor André, serem os equipamentos intermediados por pessoas, ou seja, é só um apito mais sofisticado.

Age bem o presidente Guilherme Bellintani ao botar a boca no trombone para tentar mobilizar recursos na opinião pública a fim de deter novas ações contra o Bahia, restando a saudade do leal Nena para conhecimento dos bastidores, sob risco de enforcamento, nesta reta de chegada, se outros lances esquisitos como o de Caxias voltarem a ocorrer.

Já o líder Atlético Mineiro tem histórico de enfrentamento do Plano Wright: a derrota de 1x0 para o Flamengo foi só um aviso pois nos jogos restantes, a saga continua, devendo o Galo ficar de crista alta para o cacarejo, atenção para contatos dentro da área e posicionamento da zaga, pois o campeão pode não se criar com valores desportivos, a malícia é fundamental.

Ao receber o Galo, hoje, a visita do Grêmio, não se deve tomar como surpresa um tropeço, apesar da diferença entre os dois times, uma vez contar o Imortal com a simpatia de dois jogos a menos em relação ao Bahia, assim como permitiram ao Flamengo, generosamente, chegar à reta final com seis pontos a mais a disputar comparando ao número do Atlético.

Para quem acha este jogo da memória, apenas uma série de coincidências, é preciso parabenizar pelo bom coração, eis aí uma pessoa com a qual se pode deixar a chave de casa e nada, nada mesmo seria subtraído, pois vai ser inocente assim longe!

É o caso de ressuscitar Bento Carneiro, o vampiro brasileiro, aquele surgido “do aquém, do além, adonde que vêve os mortos”, para evitar que “se atreva a pegar no meu caixão depois das 12 badaladas notúrnicas pois a vingança sará malígrina!”.

Viva Chico Anysio!

Paulo Leandro é jornalista e professor Doutor em Cultura e Sociedade