Boate Kiss: o desrespeito e a dor de reviver uma tragédia

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 11 de dezembro de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Dor é algo que só quem sente pode julgar. Há quase nove anos, centenas de familiares e mais de 600 feridos sentem uma dor difícil de ser medida. São parentes e vítimas do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), ocorrido em 27 de janeiro de 2013 e que deixou 242 pessoas mortas.  Após ser protelado por longos anos, enfim, o julgamento dos quatro principais réus do processo iniciou no dia 1º de dezembro. Foi finalizado na sexta-feira, com a condenação deles a até 22 anos e meio de prisão por homicídio simples como dolo eventual, ou seja, quando não há intenção mas se assume o risco de morte.

Durante dez dias, os familiares e as vítimas acompanharam depoimentos, acusações, defesas e reviveram tudo que aconteceu naquela noite. A coragem e a força de estar ali, em frente aos acusados, e de ouvir tudo isso são gigantes. E o pior é ser desrespeitado. Em dois momentos do julgamento, ao menos, parte dos familiares se retiraram da sala em que o julgamento ocorreu.  Primeiro, quando o ex-prefeito de Santa Maria negou ter responsabilidade sobre a tragédia, eximindo-se, por exemplo, da falta de diversos laudos técnicos que a boate deveria ter e não tinha. Na segunda ocasião, um desrespeito da defesa dos réus, que apresentou uma suposta carta psicografada de uma das vítimas como argumento para tirar a responsabilidade dos réus. Lamentável causar essa dor aos familiares. “Nós não temos aqui momento nenhum para comemorar, a não ser a comemoração da conquista da justiça”, disse o presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flávio Silva.

Nem as crianças estão salvas da banalização da morte no Rio Desaparecidos há um ano, Lucas Matheus, de 8 anos, Alexandre, de 10 anos e Fernando Henrique, de 11 anos, nunca foram encontrados. Os meninos desapareceram após deixarem suas residências, na comunidade de Castelar, em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, e foram vistos pela última vez próximos às Feira de Areia Branca, na mesma cidade. Durante a semana, a Polícia Civil anunciou os detalhes da investigação e atestaram a morte dos meninos, ainda que os corpos não tenham sido localizados. Eles foram capturados por traficantes por causa de um suposto roubo de passarinhos e acabaram mortos após uma sessão de tortura. Uma das crianças não aguentou a surra e as outras foram mortas em seguida.  Cabe ressaltar que nem o chefe da facção na comunidade sabia do ocorrido e mandou executar quem deu a ordem para a mortes dos garotos, já que o caso deu repercussão demais e poderia chamar a atenção para os ‘negócios’ dele. A polícia indiciou cinco pessoas por participação nas mortes das crianças. Destes, três já estão mortos, um foragido e uma quinta pessoa está presa. Um sexto responde em liberdade apenas por ocultação de cadáver. Crianças sendo mortas por fazerem o que crianças costumam fazer, mesmo que seja errado. Limites superados no Rio de Janeiro. 

UTIs mais ocupadas A taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para tratar doentes de covid-19 voltou a subir em Salvador, preocupando as autoridades de saúde e colocando a prefeitura da capital em estado de alerta. Na sexta-feira (10), o dia encerrou com 41% das acomodações de UTI e mais da metade dos leitos clínicos disponíveis (56%) ocupados. Nas UTIs pediátricas, a taxa de ocupação está em 75%, e nos leitos, em 83%. Antes dessa nova tendência de alta, a taxa de leitos ocupados oscilava entre 25% e 35%, mas começou a subir nos últimos dias.São Tomé sem ponte Dá pra chamar de milagre ninguém ter se ferido com gravidade quando parte do terminal hidroviário de São Tomé de Paripe desabou no sábado (4). Três homens que estavam na ponte caíram na água, mas tiveram - ainda bem - apenas ferimentos leves.  A ponte, de responsabilidade do governo estadual, já estava em estado avançado de detorioração, interditada e com empresa escolhida para reforma. As pessoas, no entanto, seguiam a utilizando, como ainda seguem na maré cheia. Na vazia, precisam entrar na água para ter acesso aos barcos. Bahia na Segundona Depois de ameaçar bastante, com seus mais baixos que altos no Campeonato Brasileiro da Série A, o Bahia acabou rebaixado para a Série B após ser derrotado pelo Fortaleza, na quinta-feira (9), na capital cearense, por 2x1. As vitórias de Juventude e Grêmio sacramentaram o descenso e o tricolor vai encarar novamente a Segundona em 2022, repetindo o que aconteceu pela última vez em 2016. O rebaixamento tricolor ‘coroou’ o péssimo ano do futebol baiano, que acumulou ainda a queda do Vitória da Série B para a Série C e da Jacuipense da C para a D. 

***"Como diz o presidente, é melhor perder a vida que a liberdade" Marcelo Queiroga Ministro da Saúde, causando espanto na opinião pública ao não adotar a exigência de vacinação contra a covid a estrangeiros que entrem no Brasil