Bolsonaro ameaça demitir presidente do BNDES segunda-feira

Presidente do BNDES deu cargo a Marcos Pinto, que trabalhou em governo do PT

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  • Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2019 às 16:02

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evaristo Sá/AFP

O presidente Jair Bolsonaro deu neste sábado uma bronca pública no presidente do  Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, e ameaçou demiti-lo caso ele não afaste  imediatamente o novo diretor de Mercado de Capitais da instituição financeira, Marcos Pinto, considerado pelo chefe do Planalto alguém “suspeito”.

Bolsonaro, sem ser questionado, disse que mandou Joaquim Levy demitir o diretor de Mercado de Capitais do BNDES, Marcos Barbosa Pinto. Acrescentou que, se Barbosa Pinto não for demitido, ele, Bolsonaro, demitirá Levy. "Eu já estou por aqui com o Levy. Falei para ele: 'Demita esse cara na segunda-feira ou demito você sem passar pelo Paulo Guedes'", disse Bolsonaro.

Bolsonaro deu a declaração ao sair do Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência, em direção à base militar, de onde parte para Santa Maria (RS), onde participa de uma cerimônia militar. "Governo tem que ser assim: quando coloca gente suspeita em cargos importantes e essa pessoa, como Levy, já vem há algum tempo não sendo leal àquilo que foi combinado e que ele conhece a meu respeito, ele (Levy) está com a cabeça a prêmio há algum tempo", continuou o presidente.

Ao ser questionado por uma jornalista se estava demitindo publicamente o presidente do BNDES, Bolsonaro negou. "Você tem problema de audição?", questionou à repórter. Na sexta-feira, 14, durante café da manhã com jornalista, Bolsonaro demitiu o presidente dos Correios, general Juarez Cunha, por ter se comportado como "sindicalista" em ser contrário à privatização da estatal, avalizada pelo presidente. Agora, o que irritou Bolsonaro foi o presidente do BNDES ter colocado Pinto - que já tinha trabalhado como assessor do BNDES durante o governo PT, de 2005 a 2007 - na diretoria que terá como foco a venda de participações da BNDESPar, braço de participações do banco de fomento. O próprio Levy foi ministro da Fazenda de Dilma entre 1º de janeiro e 18 de dezembro de 2015, primeiro ano do segundo mandato da petista.