Bolsonaro dá até sexta para Guedes apresentar nova proposta do Renda Brasil

Presidente descartou acabar com o abono salarial para bancar o programa

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  • Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2020 às 18:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evaristo Sa / AFP

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu a próxima sexta-feira como prazo para o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresentar um novo formato para o Renda Brasil, programa social que o governo desenha para substituir o Bolsa Família. As informações são do jornal O Globo, do Rio.

Esse é também o prazo em que o governo espera bater o martelo sobre o valor da ampliação do auxílio emergencial, que será estendido até dezembro.

O prazo foi dado numa reunião com ministros na terça-feira (25), quando o presidente também vetou o fim do abono salarial. O benefício pago a trabalhadores que recebem até dois salários mínimos era a principal fonte de financiamento proposta pela equipe econômica para o novo programa social.

O abono salarial beneficia cerca de 23,2 milhões de trabalhadores e deve custar aos cofres federais, neste ano, um total de R$ 18,3 bilhões.

Esses recursos respondem por 83% da diferença de custo do novo programa em relação ao gasto atual do Bolsa Família. Estima-se que o Renda Brasil vá custar R$ 52 bilhões, enquanto o Bolsa Família custa R$ 30 bilhões por ano.

O presidente também quer um valor médio do programa superior ao proposto pela equipe econômica, que está em torno de R$ 270.

Nesta quarta-feira, Bolsonaro criticou publicamente a proposta do Renda Brasil, apresentada a ele pela equipe econômica esta semana. Bolsonaro afirmou que o projeto está suspenso e que não vai "tirar (recursos) dos mais pobres" para abastecer o novo programa, apresentado como substituto do Bolsa Família.

"Ontem, discutimos a possível proposta do Renda Brasil. E eu falei “está suspenso”, vamos voltar a conversar. A proposta, como a equipe econômica apareceu para mim, não será enviada ao Parlamento. Não posso tirar de pobres para dar a paupérrimos. Não podemos fazer isso aí", disse durante evento em Minas Gerais.

De acordo com O Globo, fontes do governo afirmam que, se não for encontrada nenhuma fonte de financiamento, o programa vai acabar muito parecido com o atual Bolsa Família, que paga em média R$ 190, mas com um desenho e nome diferentes.

Além de subir o valor, Bolsonaro pretende aumentar o número de beneficiários do Bolsa Família, que hoje são cerca de 14 milhões de família, para mais de 20 milhões de lares.