Bolsonaro defende ditadores militares e deputado de atos antidemocráticos

Em 31 de março de 1964 foi oficializado o início do regime militar no Brasil

Publicado em 31 de março de 2022 às 13:56

. Crédito: Marcos Correa/Agência Brasil

Em discurso nesta tarde (31) no Palácio do Planalto, o presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), defendeu os presidentes brasileiros da ditadura militar, que governaram entre 1964 e 1985. Durante sua fala, feita em evento de despedida de ministros que vão deixar o governo para concorrer nas eleições de outubro, o presidente não rememorou as censuras, torturas e mortes cometidas pelo regime. Ele também defendeu o deputado Daniel Silveira, réu no Supremo Tribunal Federal (STF). 

O parlamentar é investigado por participação de atos democráticos e ataque à instituições. Nesta semana, Silveira protagonizou um tensionamento com a Corte ao se recusar a cumprir uma determinação do ministro Alexandre de Moraes. 

Bolsonaro, que não menciona o dia 31 de março de 1964 como o dia em que se concretizou o golpe militar no Brasil, celebrou a data.

"Hoje, 31 de março. O que aconteceu em 31? Nada. A história não registra nenhum presidente da República tendo perdido o seu mandato nesse dia. Por que então a mentira? A quem ela se presta?", disse.

Em referência direta a Silveira, o presidente comparou a ditadura aos tempos atuais: "Todos aqui tinham direito, deputado Daniel Silveira, de ir e vir, de sair do Brasil, de trabalhar, de constituir família, de estudar, como muitos aqui estudaram naquela época".

“Quem esteve no governo naquela época fez a sua parte. O que seria do Brasil sem obras do governo militar? Não seria nada, seríamos uma republiqueta”, completou.

Veja lista dos ministros que deixam o governo nesta quinta-feira (31):

Braga Netto (Defesa): cotado para ser vice de Bolsonaro Tarcísio Freitas (Infraestrutura): pré-candidato ao governo de São Paulo João Roma (Cidadania): pré-candidato ao governo da Bahia Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos): pré-candidata ao Senado ou à Câmara Marcos Pontes (Ciência e Tecnolgia): pré-candidato a deputado federal por São Paulo Onyx Lorenzoni (Trabalho): pré-candidato ao governo do Rio Grande do Sul Flávia Arruda (Secretaria de Governo): pré-candidata ao Senado no Distrito Federal Tereza Cristina (Agricultura): pré-candidata ao Senado no Mato Grosso do Sul Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional): pré-candidato ao Senado no Rio Grande do Norte Gilson Machado (Turismo): pré-candidato ao Senado em Pernambuco