Bolsonaro diz que argentinos fugirão para o Brasil se 'esquerdalha' vencer por lá

Macri perdeu as primárias para a chapa formada por Alberto Fernández e Cristina Kirchner

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  • Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2019 às 14:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: AFP

O presidente Jair Bolsonaro comentou sobre a situação política na Argentina, onde ocorreram eleições primárias no último domingo (11), durante evento na cidade de Pelotas (RS). Mauricio Macri, aliado do brasileiro, perdeu nas urnas para a chapa liderada por Alberto Fernández, que tem a ex-presidente e senadora Cristina Kirchner como vice.

A dupla recebeu 47,66% dos votos nas primárias. A votação serve para definir os partidos e candidatos habilitados a participar das eleições gerais, dia 27 de outubro. Macri, candidato à reeleição e que tem o apoio declarado de Bolsonaro, foi a preferência de 32,08% dos votantes, quase 15 pontos percentuais abaixo de Fernández e Kirchener Os números indicam que a chapa com a ex-presidente pode vencer no primeiro turno - na Argentina, para que isso aconteça é necessário ter 45% dos votos ou 40% com uma diferença de ao menos 10 pontos sobre o segundo colocado.

Fernández e Kirchner se identificam como candidatos de esquerda. Quando governou a Argentina (2007 - 2015), a atual candidata à vice-presidência era aliada de primeira hora dos governos petistas de Lula e Dilma. Por conta do espectro político defendido pela chapa vencedora, Bolsonaro demonstrou preocupação com uma possível fuga em massa dos argentinos para o Brasil."Povo gaúcho, se essa esquerdalha voltar aqui na Argentina, nós poderemos ter, sim, no Rio Grande do Sul, um novo estado de Roraima. E não queremos isso: irmãos  argentinos fugindo pra cá, tendo em vista o que de ruim parece que deve se concretizar por lá caso essas eleições realizadas ontem se confirmem agora no mês de outubro", disse Bolsonaro ao G1. "Não se esqueçam que aqui mais ao Sul, na Argentina, o que aconteceu nas eleições de ontem. O que aconteceu nas eleições de ontem.... A turma da Cristina Kirchner, que é a mesma da Dilma Rousseff, que e a mesma de (Nicolás) Maduro e (Hugo) Chávez, e Fidel Castro, deram sinal de vida aqui", concluiu.

As primárias de domingo funcionaram como uma megapesquisa das eleições presidenciais. Como não havia disputa interna nos partidos, o importante era saber qual a proporção de eleitores que votaria em cada chapa. Com 99,37% das urnas apuradas, Alberto Fernández , que tem a ex-presidente e senadora Cristina Kirchner como vice, levou a melhor.

O temor de que Macri não seja reeleito em outubro, associado à guerra comercial entre Estados Unidos e China, levou o dólar a bater a marca de R$ 4 nesta manhã.