O presidente Jair Bolsonaro voltou a reforçar críticas contra o Judiciário nesta quarta-feira (4). Em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, Bolsonaro sugeriu que a abertura de investigação sobre suas declarações contra o atual sistema eleitoral bem como o acolhimento de denúncia contra si pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito das fake news são uma tentativa de intimidação.
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"Não vai ser um inquérito, agora na mão do querido senhor (ministro do Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, para tentar intimidar. Ou - lamento - o próprio (Tribunal Superior Eleitoral) TSE tomar certas medidas para investigar e me acusar de atos antidemocráticos", disse. "Eu posso errar, mas tenho o direito de criticar. Não estamos errados. Não erramos!", completou.
Para o presidente, é uma irregularidade que as investigações contra si não tenham partido do Ministério Público Federal (MPF) "Um presidente da República pode ser investigado? Pode. Em um inquérito que comece no Ministério Público e não diretamente de alguém interessado." "Eu jogo dentro das quatro linhas da Constituição, e jogo, se preciso for, com as (mesmas) armas do outro lado", completou.
"(A abertura) está dentro das quatro linhas da Constituição? Não está. Então o antídoto para isso também não está dentro das quatro linhas. Aqui ninguém é mais macho que ninguém", disse.
O presidente disse que teve acesso, há algumas horas, a novas informações que comprovariam a vulnerabilidade do sistema eleitoral. A versão dada por Bolsonaro, entretanto, já havia sido rebatida pelo TSE e veículos de imprensa em novembro do ano passado.
Apesar de ter sido desmentida, durante a entrevista, o presidente questionou a suposta inércia da Corte em não buscar solução para a questão que levantou. "O que me surpreende - mas não me surpreende muito não - é que o TSE deveria ser o primeiro interessado em buscar solução para isso e admitir o possível erro", afirmou. Para Bolsonaro, o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, está mentindo e interessado em não mudar nada. "Tudo o que ele (Barroso) defende não se adequa a sociedade brasileira", disse Bolsonaro.
Para o presidente, Barroso não tem qualquer amor à democracia. "Não pode um ministro ocasionar esse tumulto todo", disse sobre o assunto. "Não tente me jogar contra o Supremo e levar para o lado do corporativismo", alertou.
Bolsonaro também disse que deseja eleições limpas e tranquilas. "Quem perder toca o barco." "Querem colocar o presidiário na boca do gol sem goleiro para bater o pênalti", completou na sequência sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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