Bolsonaro pede economia de energia, mas Presidência aumenta consumo de luz

Gasto de eletricidade aumentou 6% em relação a 2020

Publicado em 11 de outubro de 2021 às 11:36

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Agência Brasil

Uma das soluções encontradas por Jair Bolsonaro para conter a crise hídrica é pedir para a população economizar energia, inclusive deixando de usar elevadores e acabar com os banhos quentes. No entanto, a Presidência da República aumentou o consumo de eletricidade nos ultimos meses.

De acordo com levantamento feito pelo jornal O Globo, no período entre junho e agosto, quando o governo começou a alertar para os riscos da crise hídrica sobre o sistema elétrico, o consumo dos palácios e prédios ligados à Presidência subiu 6% em relação ao mesmo período de 2020, de 2.219.442 quilowatt-hora (kWh) para 2.335.881 kWh.

A reportagem diz que os dados são do Portal de Dados Abertos do governo federal e incluem todo o complexo do Palácio do Planalto, onde o presidente trabalha, e as residências oficiais do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto.

Decreto Apesar do aumento no consumo, Bolsonaro, em agosto, editou um decreto determinando uma meta de redução do consumo de energia no governo federal entre setembro de 2021 e abril de 2022. Os órgãos públicos terão que reduzir o consumo de 10% a 20% em relação à média dos mesmos meses dos anos de 2018 e 2019, anteriores à pandemia.

Os dados de setembro ainda não estão disponíveis para avaliar qual foi o impacto na Presidência do primeiro mês de vigência do decreto. Entretanto, uma comparação entre a média dos três meses anteriores com a média do mesmo período em 2019 e 2018 indica que pode haver dificuldades: houve redução, mas 4% abaixo da meta estabelecida.

Além disso, por incluir 2019, a metodologia do cálculo beneficia a Presidência, pois o consumo no primeiro ano foi de 915.752 kWh, 5% acima do registrado em 2018, último ano do governo Michel Temer (870.962 kWh).