Bote fé em Ramon no Vitória

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  • Paulo Leandro

Publicado em 9 de junho de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A presença de Ramon Menezes como treinador do Vitória acende na memória do rubro-negro uma coleção de alegrias, em fases distintas, tendo este grande jogador deixado também um exemplo de caráter por sua incondicional dedicação ao clube.

Tipo cerebral, capaz de antever o lance, o nobre Ramon (trata-se de um rei) tanto era bom em passes milimétricos como nas conclusões a gol, fazendo da arte do cálculo prático uma disciplina da física aplicada ao futebol.

Tanto é verdade este talento de Ramon para tirar do goleiro, recusando-se a baixar a cabeça, a ponto de ter sido também exímio cobrador de faltas, permitindo-se ao som do chuá no encontro da bola com a rede.

Representa o novo professor, uma era de mudanças, na transição dos anos 1990 para o século atual, tendo o Vitória assumido sua vocação para a grandeza, ao servir de referência para outros clubes em gestão de categoria de base, negócios, marketing e investimento patrimonial.

A chegada de Ramon, por seu conhecimento e capacidade de relacionar-se, gera expectativa positiva, dadas as experiências anteriores no clube, embora saiba-se ser tênue o fio ligando a causa ao efeito.

Se o futuro nada dirá do passado, ou se o reafirmará, veremos, a partir desta quinta, no jogo de volta do Vitória, ao visitar o Internacional, em Porto Alegre, onde o Decano terá a oportunidade do revide, depois de perder em casa, por 1x0.

Não seria um resultado de outro mundo, um rugido do leão, especialmente se Ramon transmitir a energia de uma era na qual o Vitória passou a ser respeitado, pelas boas campanhas no Brasileiro e Copa do Brasil, além da conquista de títulos seguidos.

Não se despreze o trabalho de Rodrigo Chagas, igualmente ícone da revolução rubro-negra, suficiente para alterar o perfil do clube, antes acostumado a sofrer e ser roubado, e a partir desta geração, passou a inconformado com a seca de títulos, como voltou a acontecer.

É esta passagem de Rodrigo para Ramon a declaração de combate à viva ameaça de apequenamento, enfrentando agora o mal de resignar-se com participações pífias na Série B e eliminações na primeira fase do Estadual, fora o jejum do maior campeão na Copa do Nordeste.

A redução no orçamento apara as garras de um leão, cuja história de resiliência, em 122 anos de luta, não permite desistir, seja por razões de mercado, devido ao gigantesco público consumidor, ou por história e cultura, pelo ícone civilizatório simbolizado no longevo clube.

Chefe novo, a rapaziada pode empenhar-se mais, até como homenagem a Rodrigo, empenhando-se agora Ramon em reparar o sistema defensivo, e aprimorar a mira na linha de frente, a impaciência de bater de longe superando a arte de costurar rumo ao gol.

O ideal seria botar Ramon em forma, em alguns dias, e oferecer-lhe a camisa 10 para ele cadenciar o jogo aos ventos de sua escolha, no ritmo das condições de fôlego e pressão, municiando os finalizadores vindos de trás ou bem-posicionados na selva de zagueiros.

Para a torcida do Vitória, é o momento daquela reza forte no sentido de emanar Sol, Luz e Bem, a fim de gerar, por movimento quântico, uma bela estreia para o grande Ramon Menezes, amanhã, e outra boa partida diante do Operário do Paraná, pela segundona, domingo.

Paulo Leandro é jornalisra e professor doutor em Cultura e Sociedade