Brasil reforça vigilância contra peste suína africana

A doença está erradicada no país desde 1984, mas vem se alastrando em nações da Ásia, África e Europa

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  • Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2018 às 19:53

- Atualizado há um ano

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) determinou o reforço na fiscalização da vigilância nos portos, aeroportos e fronteiras para diminuir os riscos do ingresso no Brasil da Peste Suína Africana (PSA). Em agosto deste ano foram registrados casos da forma clássica da doença no Japão. Mas desde o ano passado a doença vem se alastrando pelo Leste Europeu, Ásia, África e Russia. Os servidores do Mapa ligados aos órgãos de vigilância e inspeção animal devem aumentar a fiscalização sobre alimentos e bagagens, provenientes das áreas afetadas pela PSA. A orientação é que alimentos vindos dos países ondem foram detectados focos da doença sejam descartados ou incinerados. Em vídeo, o Ministro de Agricultura, Blairo Maggi, alertou a população para que evite transportar alimentos provenientes dessas regiões e pediu aos produtores rurais atenção redobrada ao plantel.

Também vai ser intensificado o cuidado nas emissões de autorização de importação de produtos como rações de animais que possam disseminar o vírus da doença. A orientação é reforçar ainda o sistema de quarentena adotado em caso de importação de material genético e de animais vivos. O procedimento de quarentena, realizado na Estação Quarentenária de Cananéia, em São Paulo, prevê que os animais e produtos importados só podem ser liberados depois de comprovada a sanidade. A PSA é provocada por um vírus resistente, o VSPA. O vírus não oferece risco aos humanos, mas pode provocar a morte rápida dos animais e é altamente infecciosa. Além dos suínos, os javalis também podem ser atingidos. O vírus pode permanecer por até três meses nas fezes dos animais, e por até nove meses em alimentos maturados.

Sintomas

O vírus pode ficar incubado de 5 a 21 dias. Os sinais clássicos da doença incluem febre alta - no caso dos suínos entre 40 e 42 graus - coloração avermelhada na pele (visível apenas nos suínos de pele clara), falta de coordenação motora, hemorragia no nariz, na orelha, nas patas e no abdômen, perda de apetite, diarreia, problemas respiratórios e morte súbita dos animais.

Vacina

Não existe vacina para evitar a PSA. As medidas de higiene ainda são as mais recomendadas para o controle da doença. Também não existe tratamento, e os animais infectados devem ser sacrificados.

Prevenção

Entre os procedimentos de prevenção está a não utilização de restos de comida para alimentação animal. Os trabalhadores do setor também devem utilizar roupas específicas para o maneio dos suínos. Já os animais oriundos de outros grupos devem permanecer separados em quarentena até atestada a sanidade.

Transmissão

A transmissão da PSA nos suínos se dá por meio do contato direto com animais doentes, consumo de resíduos infectados. A doença também pode ser transmitida através da contaminação de equipamentos, veículos, roupas e sapatos. A doença está erradicada no Brasil desde 1984, quando o país foi declarado livre da doença.

Diferenças

Embora tenha aspectos clínicos semelhantes, os sintomas da Peste Suína Africana são diferentes da Peste Suína Clássica (PSC). Na PSC, a diarreia é pastosa e amarelada. Na PSA o animal expele sangue. Nos casos de PSA, o suíno tende a se isolar dos outros animais. Já na PSC a anorexia é mais acentuada, levando o animal a se aglutinar com os outros.