Cabo energizado causou choque que matou engenheiro em obra no aeroporto

Corpo foi enterrado no Cemitério Municipal de São Miguel, em Simões Filho

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  • Bruno Wendel

Publicado em 21 de junho de 2019 às 16:22

- Atualizado há um ano

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Um cabo energizado foi o que provocou o choque que levou à morte o engenheiro eletricista Elison Santos Barbosa, 35 anos, no final da tarde desta quinta-feira (20). Ele foi vítima de uma descarga elétrica quando trabalhava na manutenção da pista principal do Aeroporto de Salvador. Elison foi enterrado na tarde desta sexta-feira (21), em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, onde morava com a família. 

Elison era funcionário de uma empresa terceirizada e foi contratado para trabalhar na manutenção da pista que, após a pane elétrica, às 15h47, precisou ser fechada. Três voos, incluindo um internacional, precisaram ser realocados para Aracaju (SE) e Recife (PE) em função do problema elétrico. Na manhã desta sexta, a pista voltou a ser interditada. Após o funcionamento durante 2h30, equipes de reparos recomeçaram os trabalhos para resolver os problemas do balizamento.  Foto: Reprodução/TV Bahia Embora somente uma perícia vá determinar realmente a causa do acidente, amigos e parentes de Elison afirmam que um cabo  energizado teria causa a morte da vítima. “Conversei com o tio dele, que trabalha na mesma empresa. Ele contou que Elison foi ligar um cabo que havia se rompido com a passagem de uma retroescavadeira no local horas antes, durante uma obra de terraplanagem de outra empresa. Só que na hora que ele mexeu, o cabo estava energizado”, contou o pastor Djalma Munhoz, amigo do engenheiro eletricista. 

O cunhado de Elison, o engenheiro mecânico Luiz Edmilson Conceição confirmou a versão e deu mais detalhes do acidente. “A gente não tem muitos detalhes técnicos. Ele fazia uma manutenção na iluminação do aeroporto. Houve um problema elétrico. Parte das luzes da pista não atendeu, ele foi investigar o problema e descobriu que a máquina que fazia a obra de terraplanagem havia passado por cima do cabo. Então, ele teve contato com o cabo que estava energizado. Ele recebeu atendimento médico no local e depois foi socorrido para o Hospital Municipal, mas não resistiu”, declarou Luiz Edmilson. 

Questionado sobre o fato do cabo energizado na hora em que Elison fazia a manutenção da pista, Luiz Edmilson disse: “Qualquer declaração dada é puro achismo. Existem vários motivos para isso. Mas somente uma perícia para dizer o que de fato aconteceu”, disse. Ele comentou ainda que a família ainda não foi chamada para prestar depoimento na 12ª Delegacia (Itapuã), unidade que é responsável por atender a área do aeroporto. “Está tudo ainda muito recente. Tudo indica que tão logo iremos à delegacia de Itapuã”, declarou  Luiz Edmilson, na manhã desta sexta, em frente à casa de Elison, onde, assim como outras pessoas, prestava solidariedade à família do engenheiro elétrico.  Velório aconteceu nesta sexta (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) Velório Elison era casado e tinha um filho de quatro anos. “Um cara sensacional. Uma pessoa muito humana e gostava de praticar esportes. Já participou de campeonatos amadores de judô e jiu-jitsu. Foi nascido e criado em Simões Filho”, disse Edmilson, cunhado da vítima. 

Por volta das 14h30, o corpo de Elison foi velado na Igreja Batista Rosa de Saron, no centro da cidade. “Ele começou a frequentar a nossa igreja quando tinha 14 anos e não saiu mais. Conheceu a mulher dele aqui. Ele era um membro muito participativo. Além dos serviços elétricos, ele cuidada da sonoplastia dos eventos e dos cultos”, lamentou o pastor Djalma Munhoz, à frente da igreja. 

Após o velório, o corpo do engenheiro elétrico seguirá em cortejo até o Cemitério Municipal de São Miguel. O enterro está marcado para às 16h.