Cachorro desenterrado está em hospital veterinário para tratar câncer genital

Doguinho foi salvo no último sábado após cadela chamar por ajuda

Publicado em 3 de março de 2020 às 17:15

- Atualizado há um ano

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Foto: Reprodução Após ter sido desenterrado em Santa Catarina neste fim de semana, o cachorro Flecha foi encaminhado para um hospital veterinário. Ele passou o sábado e o domingo na sede da Organização Protetora dos Animais (OPA) e, na segunda, foi internado. Além de uma leve desidratação, o cão vai tratar um  tumor venéreo transmissível (TVT).

O médico veterinário Arthur Petroli, responsável pelo caso, disse ao Diário Catarinense que o cão também tem sequelas neurológicas leves causadas pela cinomose, doença grave e muitas vezes fatal. No momento, o foco é cuidar do TVT, que está em grau avançado. O câncer será tratado com sessões de quimioterapia nos próximos dois meses.

Tutor não estranhou sumiço No domingo, um voluntário reconheceu o cão e foi até a casa do tutor dele, para tentar entender o que houve. Marciel Silveira Gomes ficou surpreso com a história, e contou que não via o cão há dois dias.

"Eu não estranhei pois como é macho, costuma sair e ficar uns dias fora, depois volta. Ele me contou que tinham enterrado ele, fiquei apavorado, à noite não conseguia dormir pensando nos outros cães, acordava para ver se estavam bem", contou.

Marciel é novo na vizinhança, mora ali há menos de um mês, e por isso não conhece muito bem o bairro. Ele disse que o nome do cão é Flecha, pois ele gosta de correr, e que pretende levar o cão de volta para casa quando ele melhorar. O voluntário que salvou Flecha, Realdo Soares Pacheco, torce para que o cão fique na ONG.

"Eu encontrei o cachorro enterrado, com o outro cavando o focinho dele. A intenção é adotar ele, vou querer ficar com ele pra mim. Se a gente não conseguir amar um animal, não tem condições de amar um ser humano", reflete.

Relembre Flecha foi salvo da morte após ser ajudado por uma cadelinha na cidade de Balneário Rincão, no Sul de Santa Catarina, no último sábado (29). De acordo com o site NSC Total, o doguinho foi enterrado vivo na areia, e ficou somente com parte da cabeça para o lado de fora. 

Quem sinalizou onde ele estava foi a cadela, que conseguiu alertar voluntários sobre a localização do coleguinha. Os humanos conseguiram abrir o buraco e retirar o animal, que chegou a se urinar de emoção após o resgate.

Um vídeo divulgado por um dos membros da organização mostra o cão preto com caramelo, de porte médio, que ainda não tem nome, ainda tremendo de medo após ser retirado do buraco.

Destino de Flecha será definido após tratamento Depois que o cão terminar o tratamento, a presidente da OPA Mila Duarte vai conversar com Marciel para que eles decidam juntos o destino de Flecha. Como a casa onde ele vive não é cercada, os cães acabam saindo e podem se expor novamente a riscos. Mila disse que a decisão será conjunta, mas se puder, quer que Flecha se torne o mascote da OPA.

"Antes de devolver para o dono, a gente precisa ver se é seguro para ele. Não pelo dono, ele é gente boa, mas tem que ver as condições. A gente tem que descobrir quem fez isso, não pode ficar impune", defende Mila.