Caetano Veloso faz último show da turnê em Salvador: acordes perfeitos, política e clássicos

TCA recebe neste domingo (22) a quarta apresentação de Meu Coco, com ingressos esgotados

  • D
  • Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2022 às 11:29

. Crédito: Divulgação Twitter @caetanoveloso

Caetano Veloso faz neste domingo (22), no Teatro Castro Alves, o último show da turnê Meu Coco em Salvador, com ingressos esgotados há meses. O público do artista, ambos se renovando a cada dia, pôde curtir parte das músicas do novo trabalho, mescladas a sucessos de uma carreira com mais de 30 discos gravados.

Meu Coco e Anjos Tronchos iniciaram a apresentação. “Somos mulatos híbridos e mamelucos. E muito mais cafuzos do que tudo mais. O Português é o negro dentre as eurolínguas.” Sem coro, faz pensar.

Do disco novo teve ainda Não Vou Deixar, a preferida dele do álbum, Ciclâmen do Líbano, Enzo Gabriel, Cobre e, por último, antes do bis, Sem Samba Não Dá, quando lembrou da parceria com Pretinho da Serrinha, ausente do grupo porque está em turnê com a cantora Marisa Monte.

Nessa terceira noite, Caetano nem esperou a plateia e soltou um “Fora, Bolsonaro”, no que foi fervorosamente seguido. “Tudo esquisito, tudo muito errado, mas a gente chega lá.”

Na interação com os fãs, relembrou a formação de suas bandas e os nomes que deu a elas: Banda Nova, que ele disse ser nada original, mas que Tom Jobim também pegou emprestado ao montar a sua, certa feita; A Outra Banda da Terra, título também da música cantada, agora, toda ela, com o ‐R retroflexo, “aquele das meninas lindas do interior de São Paulo”; e a bandaCê, assim mesmo, com o B minúsculo, o C maiúsculo e tudo junto. “Nem sei por que estou falando isso hoje”, brincou, ao se surpreender explicando a junção do nome.

Fez questão de citar os músicos que fizeram parte delas. Os de agora são os cariocas Lucas Nunes, de Bala Desejo e Dônica, Alberto Continente, Rodrigo Tavares, Tiaguinho da Serrinha e Kainã do Jêje, “mais baiano do que eu, que sou baiano há quase 80 anos”.

Foi aplaudido sempre, com gritos de “lindo” e “eu te amo”. “Que alegria poder estar de volta a Salvador”, publicou ele, no Twitter. Ficou emocionado em Itapuã, dizendo, por isso, que entrou fora do tempo na canção seguinte: o poema de Augusto de Campos, O Pulsar, sonorizado pelo cantor e que compõe o disco Transa, 50 anos em 2022. Do aclamado álbum, cantou também You don’t know me. Poema concreto O Pulsar, de Augusto de Campos, musicado por Caetano e que faz parte de Transa (1972) Não faltaram ainda os clássicos Sampa, O Leãozinho, Odara, Cajuína, Araçá Azul, Reconvexo, Muito romântico, Baby, Menino do rio e Lua de São Jorge. De abraçaço (2012) veio A bossa nova é foda. É mesmo. Voltou para o bis, sem Tieta. “Sou o que soa. Eu não douro pí‐lu‐la.”

Valeu, Caetano. Partiu, Recife.