Caminhada do Samba arrasta multidão até a Praça Castro Alves

A 14ª edição de evento reuniu pessoas de todas as idades para homenagear o gênero musical

Publicado em 1 de dezembro de 2019 às 21:17

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Tiago Caldas/Correio

A calma tarde de domingo na região da Praça do Campo Grande deu lugar para uma festa quase carnavalesca. Realizada pela União das Entidades de Samba da Bahia (Unesamba), a 14ª Caminhada do Samba lotou as ruas da Avenida Carlos Gomes com destino à Praça Castro Alves, a partir das 13h deste domingo (1º).

O clima de festa indica que o Verão - a época das grandes comemorações para os baianos - está começando. Pelo menos, essa é a sensação do professor Gabriel Andrade, 25 anos. “É um pré-Verão. Eu vim para sambar e rever os amigos”, contou.

Entretanto, a data não é apenas mais uma grande festa, daquelas que Salvador é conhecida por fazer. A caminhada comemora o Dia do Samba, que é celebrado em 2 de dezembro. O professor reconhece a importância da homenagem ao ritmo.

“Eu estou achando a festa maravilhosa e vim porque o samba nasceu na Bahia. A gente precisa celebrar esse ritmo que é do povo negro e é da Bahia”, disse, sem deixar de ressaltar o quão importante é valorizar a cultura do estado.

Celebração não faltou na 14ª edição do evento. A pensionista, Altamira Pereira, 62, contou que vem para a caminhada há quase 10 anos. Para ela, o samba é algo de família. “Está no sangue”, disse, enquanto seguia o trio Reduto do Samba.

Diferente de Altamira, a manicure Mônica Santos, 32, não gosta de ir atrás dos trios. Ela prefere ficar olhando da calçada com uma cerveja na mão. Para ela, a caminhada é uma oportunidade para encontrar os amigos e curtir o ritmo musical. “Eu sempre gostei de samba. Eu gosto de todos os artistas. Não sei dizer qual música gostei mais”, contou.

Dentre as apresentações do evento, estava o grupo É o Tchan, que anima os foliões desde a década de 90. Também desfilaram em cortejo os blocos Alerta Geral (Miudinho), Alvorada (Bambeia), Amor & Paixão (Fora da Mídia), Reduto do Samba (Katulê), Vem Sambar (Grupo Mocidade), Samba Popular (A Grande Família), Proibido Proibir (Fuzukda e participação especial Terra Samba) e Q Felicidade (Patrulha do Samba).

Apesar da multidão e dos trios, a caminhada foi dedicada a toda a família. A pequena Suiane, por exemplo, tem 3 anos e já estava na festa. A mãe dela, Sandra Santos de Jesus, 31, contaou que esta edição do evento estava propícia para levar as crianças. “Neste ano, tem muito mais criança do que no ano passado. Estão dando mais espaço para ficar com a família do que curtir”, disse.

Junto com as irmãs Eduarda e Flávia Roberta, Suiane tomava um picolé no Campo Grande ao som do samba. Esta foi a primeira vez que Sandra foi com as filhas para o evento. Antes, só ia acompanhada do marido.

“A diferença de trazer as filhas é que eu não vou atrás do trio, fico aqui parada por causa da violência. Quando estou só com o meu marido, vou até o final. O samba é Bahia, eu adoro”, disse.

Diferente de quem vai com a família, o professor Gabriel Andrade já está no clima do Verão e só vai voltar para a casa no amanhecer da segunda-feira (2). “A gente chegou aqui há cerca de três horas. Só vamos embora quando a caminhada chegar na Praça Castro Alves. Ainda vamos para o Pelourinho sambar até o dia amanhecer”, disse.

O evento homenageou Merina Aragão, atual gerente de Carnaval da Empresa Salvador Turismo (Saltur).

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier