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Campanha de coleta de DNA de pessoas sem identificação começa nesta segunda (21)


 

Objetivo é unir desaparecidos e seus familiares

  • Da Redação

Publicado em 21/03/2022 às 05:00:00
Atualizado em 22/04/2023 às 23:15:05
. Crédito: Foto: Arquivo/CORREIO

Começa nesta segunda-feira (21) a campanha nacional de coleta de DNA de pessoas sem identificação que estão internadas em hospitais, clínicas ou abrigos de todo o país. O objetivo é encontrar seus familiares através do cruzamento de material genético. Em junho do ano passado, foi feita uma campanha para coleta de DNA dos familiares de pessoas desaparecidas. Agora, com a segunda fase, os resultados serão comparados para solucionar os casos. 

Os DNAs coletados são analisados, e o perfil genético da pessoa é inserido no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG). Dessa forma uma família da Bahia poderá encontrar um parente que está no Rio de Janeiro, por exemplo. O sistema é uma novidade que chega como mais uma ferramenta para ajudar na busca por pessoas desaparecidas. Quando os materiais genéticos apresentarem compatibilidade, a família será avisada pela delegacia em que está registrado o desaparecimento ou pelo Instituto Médico Legal (IML), caso a pessoa tenha falecido. 

A ação de coleta de DNA é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), no âmbito da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em parceria com as secretarias estaduais de segurança pública do país.   “Sabemos a dor que é para uma família viver em busca de notícias de seus entes queridos. Por isso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública investe no fortalecimento do banco de perfis genéticos e também usa essa ferramenta para dar respostas a essas pessoas”, afirma o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. 

Em ambientes de internação ou de acolhimento, equipes administrativas de hospitais e de instituições do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), como os Centros de Referência de Assistência Sociais e os Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua, por exemplo, deverão entrar em contato com as perícias de sua cidade em pontos de coleta, que podem ser consultados em: www.gov.br/mj/desaparecidos. 

No caso da Bahia, o órgão responsável é o Departamento de Polícia Técnica (DPT). Os profissionais de segurança pública, então, irão se deslocar até as unidades de saúde e de assistência para a coleta do material genético. Cabe ressaltar que, caso seja possível, pode ser realizado o encaminhamento das pessoas aos pontos de coleta das unidades da federação, que também estão disponíveis no site. 

Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas

Em junho de 2021, o Ministério da Justiça e Segurança Pública realizou a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas. Desde então, 43 famílias já conseguiram informações de entes sobre os quais não tinham notícias. Dentre este número, houve a confirmação de uma pessoa viva em Pernambuco que foi identificada por meio da coleta do DNA dela e o da família. 

Até agora o Banco da Bahia já conta com 153 perfis inseridos. O Departamento de Polícia Técnica (DPT) já vem fazendo, desde o início da campanha, o confronto dos materiais com as amostras dos corpos não identificados ou ossadas que deram entrada no IML. Ocorreu em março deste ano a primeira identificação no estado de uma pessoa desaparecida através do banco de perfis genéticos. Tratou-se de um jovem desaparecido em 2018. O perfil retirado dos dentes da ossada encontrada foi inserido no sistema e comparado com amostras de familiares que compareceram ao DPT procurando seus parentes.

As famílias que já possuem cadastro na Coordenação de Antropologia Forense e ainda não fizeram a coleta do material genético devem entrar em contato com o número 3116-8622 para fazer o agendamento. A partir da coleta, a inserção no banco de dados deve ser concluída no prazo de 15 a 30 dias. 

O que fazer em caso de desaparecimento?

Ao contrário do que muita gente pensa, não é necessário aguardar o prazo de 24 horas para noticiar o desaparecimento de qualquer pessoa. Para registrar o desaparecimento em Salvador, é necessário que um parente compareça à sede da Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), localizada no prédio do DHPP, na Pituba, e forneça os dados necessários à identificação do desaparecido. É interessante levar uma foto atual e comprovante de residência. No interior do estado, as ocorrências podem ser feitas nas Delegacias Territoriais, localizadas onde ocorreu o fato.   Caso qualquer pessoa tenha informações sobre um desaparecido, é importante entrar em contato com a DPP por meio do telefone (71) 3116-0357 ou do WhatsApp (71) 99631-6538. O sigilo é garantido.