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Campus Party: confira o melhor da tecnologia até domingo (20)


 

Evento na Arena Fonte Nova espera receber 95 mil pessoas

  • Nilson Marinho

Publicado em 18/05/2018 às 06:00:00
Atualizado em 18/04/2023 às 10:25:05
. Crédito: Foto: Marina Silva/CORREIO

Eles chegam de todas as partes do estado e também do país. Embaixo do braço, muitos deles carregam suas máquinas, que devem acompanhá-los pelos próximos três dias de evento. São através delas, inclusive, que eles compartilham experiências, apresentam projetos e buscam tudo o que há de inovador em tecnologia.

Mas as trocas de conhecimentos também podem ser feitas pelos corredores e nas diversas palestras, stands e hackathons que vão movimentar a Arena Fonte Nova até domingo (20). O evento, a propósito, é a Campus Party Bahia, realizado pela segunda vez no estado, nove meses depois da primeira edição. A expectativa da organização é receber cerca de 95 mil pessoas.

A Campus Party Bahia é dividida em duas áreas: a Open Campus, que é um espaço com acesso gratuito para os visitantes, e a dos 'campuseiros', onde aqueles que pagaram podem ter acesso a outras instalações.

Novidades Na área Open, que funciona nesta sexta-feira (18) até sábado, das 10h às 20h, e no domingo (20), das 10h às 15h, estão armados stands onde produtos inovadores são expostos e onde, também, acontecem as palestras. O visitante terá a chance de conhecer, por exemplo, no stand da Ford, um boné, ainda em fase de testes, que poderá, no futuro, alertar caminhoneiros quando eles dormirem ao volante. Foto: Marina Silva/CORREIO O acessório, que pode ser testado pelos visitantes, ao identificar movimentos da cabeça do usuário, emite sinais de alerta, como som, vibração e luz, despertando o motorista. Os estímulos são acionados assim que o condutor inclina a cabeça para frente, para esquerda e para direita - movimentos que são entendidos pelos sensores do boné como os de pessoas sonolentas.

Já no stand da Universidade Salvador (Unifacs), um robô antropomórfico está em exposição. A máquina, que foi construída e projetada para ter as mesmas funções de uma mão humana, é utilizada pelos alunos da instituição de ensino em atividades extracurriculares. Mas, no mercado, ela já existe, substituindo até a mão de obra humana. 

A máquina, quando programada, é utilizada, por exemplo, na fabricação de automóveis e até em cirurgias em humanos, onde deve haver uma grande precisão no procedimento. O robô tem a capacidade de desenvolver uma velocidade de 4 metros por segundo. Quando necessário, chega a fazer um metro em 25 segundos.   Foto: Marina Silva/CORREIO De acordo com o estudante do 9° ano do curso de mecatrônica da Unifacs, Antônio Ricardo, a máquina é usada em trabalhos considerados de risco para os seres humanos e em procedimentos de alta precisão. "Eles têm a tendência de substituir o homem em determinadas atividades perigosas, que colocam em risco a saúde humana como, por exemplo, a soldagem em fábricas de veículos, pinturas com tintas de risco e em lavouras onde são aplicados agrotóxicos", explica o estudante.

Já no stand do Senai Cimatec, os visitantes podem ter a experiência de pilotar um carro de corrida. Alunos do Senai desenvolveram, ao longo de um ano, um simulador que leva o usuário a ter a sensação de pilotar um carro considerado de alta performance, utilizado em corrida. Para isso, eles se valeram de um motor de uma moto com capacidade para percorrer 120 km/h.

"O simulador faz o usuário ter a sensação de estar em um carro de competição, podendo sentir a velocidade por meio do volante que fica mais pesado. Quando necessário, ele também pode passar a marcha e o acelerador onde é possível controlar a velocidade", explica o estudante Matheus Azevedo, 23.

'Campuseiros' Os participantes do evento acampados na Arena, quando não estão participando de alguma atividade, ficam espalhados pelos corredores trocando experiências ou utilizando a internet de 20 GB, disponibilizada pelo patrocinador do evento, a Use Telecom. 

A estudante de designer Marianna Silva veio de Feira de Santana, no Centro-norte do estado. Na Campus, conheceu os estudantes Taunã Silva, 17, e Michael Santos, 16, também de Feira. Os três trocaram conhecimentos sobre software e hardware. Foto: Marina Silva/CORREIO Marianna está pela segunda vez no evento. Dos quatro dias de atividade, conta, pode trocar experiências com pessoas de variadas áreas. "Tem gente de várias áreas, que faz engenharia, que é programador. Aqui, compartilhamos uns com os outros. No ano passado, conheci a área de robótica. Eu não era totalmente leiga, mas conhecendo pessoas, conversando, aprendi mais coisas", conta a estudante.

Potência Também nos corredores do evento, é possível econtrar uma galera que gosta de investir tempo e dinheiro no desenvolvimento de computadores mais potentes, capazes de rodar qualquer tipo de programa e sobretudo games. 

A empresa de informática Extreme Game Informática, de Feira de Santana, trouxe para o evento 10 computadores considerados de alta peformance. Eles ficam à disposição dos usuários, que podem ter a experiência de jogar em uma máquina potente, onde nenhum jogo é capaz de travar. 

Todos os computadores são customizados e possuem um sistema de refrigeração para que o processador não fique superaquecido. "Montamos uma máquina para cada tipo de jogo. Quem gosta de jogar futebol, Fifa ou PES, que não demanda tanto desempenho e, para rodar jogos com mais gráficos, como Far cry 5, precisamos de uma placa de vídeo mais potente. Quanto menor a temperatura do processador, maior a peformance da máquina", explica o técnico de informática Kelvin Saimom, 22. 

O empresário Maciel Barreto, 37 anos, veio da cidade de Itajuípe, no Sul do estado, com seu computador mais que potente. Colocou no carro o maquinário que chega a custa cerca de R$ 7 mil e viajou com destino a Salvador para exibir durante o evento da Campus a capacidade do PC de rodar qualquer programa de game.

Maciel, inclusive, ostenta muitos prêmios em competições mundiais onde a intenção dos jurados é avaliar a potência e o designer dos computadores. As máquinas são construídas do zero e precisam ter um sistema de resfriamento para que o processador não superaqueça durante sua execuação. Esse sistema é à base de nitrogêno, que faz com que as tempuras das máquinas fiquem mais baixas. "Quanto melhor o resfriamento, maior o desempenho da máquina", explica Maciel.

E para quem possui um computador não tão potente como o dele, que já está encostado em algum canto da casa, pode trocar por ingressos para curtir outras instalações da Campus Party, realizada pela iniciativa privada e governos estadual e federal. Basta apenas levar até a aréa Open, onde um stand recolhe o equipamento, dando um descarte correto a ele. Também vale smarthphones e qualquer aparelho eletrônico.     

Confira programação gratuita:

Sexta-feira (18), no palco Entrepreneurship & Startup

10h - Movimento Maker: Faça Você Mesmo a Bahia que Queremos, sobre experiências incentivadas pelo estado em ambientes compartilhados; com Andréa Bittencourt (Ifba), Francisco Barreto (Ihac Labi/Ufba), Peterson Lobato (Mini Maker Lab) e Túlio Cervino (4i Engenharia)

10h - Vai Continuar ou Vai Desistir: O Caminho de uma Startup Baiana, com o engenheiro Matheus Ladeia, que está à frente de um dos principais marketplaces do agronegócio do momento. É um dos sócios da startup baiana Pastar, junto com o engenheiro de produção Iago Vieira

11h - Jogue como uma Garota: Arena Games e As Mulheres Gamers no Cenário Regional, com Isabela Sardeiro, Luidia Oliveira Falcão e Gessica Marques 

14h - Realidade Virtual: Muito além de Games, com Marcos Oliveira - Mestre em Engenharia de Controle e Automação

16h - A Visão Social Media na Era da Experiência, sobre como as mídias sociais influenciam na  sociedade, com Saulo Andrade

18h30 - Caos: Sociedade Big Data e a Overdose de Informação, com Ricardo Cappra (cientista de dados que ajuda a resolver problemas complexos através de pesquisa, desenvolvimento de métodos científicos e análises de dados)

Atividades até domingo (20)

Simuladores - Espaço de realidade virtual e aumentada, para agitar a garotada

Arena de Drones - Batalha de drones, em que qualquer pessoa pode participar, tentando literalmente derrubar o drone do adversário

Educação do Futuro - Espaço composto por educadores, artistas, pesquisadores, empreendedores, alunos e outros interessados na implementação de ambientes educacionais mais ‘mão-na-massa’. O espaço ainda vai contar com atividades de robótica

Campus Future - Universitários, alunos de cursos técnicos do ensino médio e recém-formados de todo o país têm espaço garantido para mostrar o seu talento e criatividade

Startup e Makers - O espaço conta com startups, além de um grupo de makers - entusiastas capazes de criar,  construir, modificar ou fabricar objetos e/ou projetos.

* Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier