Cápsula do tempo registra desejos para o futuro

Ação da 13ª turma do Correio de Futuro, nesta sábado (16) contou com a participação de assinantes do jornal

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 16 de fevereiro de 2019 às 14:42

- Atualizado há um ano

. Crédito: Almiro Lopes/CORREIO

Todos os olhos apontavam para um buraco cavado na terra, posicionado no meio do círculo que as pessoas formavam. Um desavisado que passasse por ali e visse a cena provavelmente pensaria: “falta só um padre para ser um funeral”. Mas, mesmo sem o clérigo, ali havia um enterro, só que não tão convencional. Ao invés de tristeza, todos carregavam um olhar de deslumbre. No lugar do caixão, ali haviam cápsulas do tempo que foram enterradas como parte do produto especial feito pela 13ª turma do Correio de Futuro.

“É o primeiro enterro sem lágrimas que eu vejo”, brincou o advogado Moisés Gomes, 56, um dos assinantes que vieram acompanhar a cerimônia que lacrou e enterrou duas cápsulas do tempo. A turma convidou assinantes do jornal e colaboradores da Rede Bahia para pensar e registrar seus desejos para o futuro. Os funcionários da empresa foram convocados a refletir sobre da seguinte questão: “Qual problema social você quer ver resolvido em 10 anos?”. Já os assinantes responderam que manchete gostariam de ler no jornal na próxima década. Todas as mensagens serão resgatadas no aniversário de 50 anos do CORREIO, em 2029.

Entre os assinantes, as expectativas eram grandes. O inspetor de segurança Williams Sousa, 41, deseja ver o Brasil sem pessoas abaixo da linha da pobreza. Já o funcionário público Oscar Goes, 51, espera ver o país como referência em educação, saúde e segurança. “Fui um pouco mais longe no desejo. É um desafio grande”, comenta.   O enterro simbólico do que deve ser banido da sociedade (foto/Almiro Lopes) Visita Além de participarem da cerimônia da cápsula, os leitores fizeram uma visita pela redação do CORREIO e conheceram um pouco da rotina do jornal. “A pessoa lê o jornal de uma maneira diferente quando sabe como ele é produzido”, afirmou Linda Bezerra, editora-chefe do jornal.

Selecionados através de um concurso realizado no Clube Correio, os novos e antigos assinantes puderam compartilhar a experiência de aprender como funciona o processo que faz o jornal chegar às bancas todos os dias. Leitor fiel e assinante há 17 anos, Moisés, que já ganhou até viagem internacional através do clube, trouxe com ele o filho, o estudante Bernardo Barreto, 17.  “Eu geralmente leio na internet, não fazia ideia de que era essa rotina do jornal”, conta o jovem, que ainda parabenizou a equipe pelo trabalho. 

Diferente de Bernardo, a administradora Nadja Pinto, 44, faz questão de ler as notícias no papel. “Minha família brinca dizendo que só eu leio jornal impresso. Mas prefiro, me sinto mais em contato com a notícia, dá pra ler e refletir com mais calma”, explica. Participando de todas as promoções do clube de benefícios desde que assinou o CORREIO há 6 meses, essa foi a primeira vez que a leitora foi contemplada. “Já imaginava que era assim, mas tinha muito interesse de conhecer, por isso vim”, conta ela sobre a experiência de conhecer a redação. 

O programa A ideia da ação surgiu como forma de divulgar o caderno especial preparado pelos estagiários do projeto Correio de Futuro. A 13ª turma do programa trabalha em um produto que tem como tema o tempo. As reportagens, que têm previsão de publicação para o fim de fevereiro, contam histórias de pessoas e como o tempo é um personagem de destaque em cada uma delas.

O projeto Correio de Futuro começou em 2011. O programa, com duração de três meses, já produziu diversos conteúdos especiais para o jornal e site do CORREIO. Dos 122 alunos, 45% foram chamados para trabalhar no jornal. Outros foram para grandes veículos da imprensa baiana, como iBahia e TV Bahia. O projeto é realizado pelo jornal CORREIO, com patrocínio da Sotero Ambiental e apoio da Faculdade Social da Bahia.

*Sob orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier e edição de Doris MIranda