Carreiras e improvisos: egos inflamados estão em desmedida com a realidade

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  • Cesar Romero

Publicado em 18 de março de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Nossa idade contemporânea tem nos trazido verdadeiros absurdos. Parte-se do pressuposto que todo mundo tem razão, método primitivo, que apazigua egos. Assim para o manual da convivência simulada, ninguém quase contesta as verdades emprestadas, as falácias.

Hoje todo mundo é tudo: compositor, ator, artista plástico, cantor, poeta, decorador, estilista, dançarino, instrumentista, cineasta e muito mais.

Em contraponto, ninguém mente, adultera, é desonesto, fraudador, falsificador, antiético e prepotente.

Talento não se aprende, é inato para o bem e para o mal. Inteligência e esperteza não são próximas.

As escolas, as universidades têm papel fundamental no aprendizado, formam cidadãos e dão diretrizes e status profissional. Mas não garantem bons profissionais. O que realmente conta é o produto, o resultado final, a obra realizada. Obra de Manabu Mabe (foto/divulgação) O fazer constante produziu grandes profissionais, em diversas áreas, que se transformaram em realidade factível. Podemos citar alguns exemplos nas artes plásticas: Alfredo Volpi, José Antonio da Silva, Antonio Maia, Waldomiro de Deus, Raimundo Oliveira, Arthur Bispo do Rosário, Rubem Valentin, Agnaldo dos Santos, Tomie Ohtake, Manabu Mabe, Miguel dos Santos.

O exagero chegou a limites risíveis, alguém faz uma ‘’peça de teatro ‘’ no curso infantil, diz-se ator. Pinta-se uma, duas, três telas é artista plástico. Canta numa festa de aniversário é cantor. Escreve frases banais é poeta. Dança aos sábados agitados, pulula nas bandas da moda, é dançarino. A noção de profissionalidade parece ter acabado, tudo é improvisado, mambembe.

É fato entender-se que todos iniciamos carreira, sem muita informação, qualidade e conhecimento profundo do ofício.

Os egos inflamados estão em desmedida com a realidade. No campo das artes plásticas, que na sua essência não é uma ciência, embora possa e deva fundamentar-se nela, é coisa em parte interpretativa, tem seus sinais e sintomas que dá legitimação, espaço, método para o exercício do trabalho. Não existem verdades absolutas, matemáticas. Aí se instalam os professores de Deus, com suas ‘’convicções dirigidas‘’ e planos de especulações sem fundamentos.  

Tudo fica num amadorismo provinciano, num ‘’achismo‘’ desinibido, sem sustentação teórica ou prática. Quanto mais esperto, mais contemplado. Lei do Gerson!

Fica claro que ‘’todos são iguais perante a lei‘’, e podem desenvolver carreira de sucesso, buscar estratégias de comunicabilidade, apoiados no conhecimento. Tornam-se necessárias análises bem fundamentadas e critérios. Adivinhações ficam para ‘’as cartas que não mentem jamais‘’.