Carvão e Opará: uma ressignificação das carrancas

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  • Cesar Romero

Publicado em 18 de novembro de 2019 às 09:18

- Atualizado há um ano

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No Muncab - Museu Nacional de Cultura Afro Brasileiro, a exposição de esculturas em carvão de Alex Moreira intitulada Opará. São ressignificações das carrancas do Rio São Francisco. Até fim do mês.

Esta exposição é fruto da pesquisa que o artista vem desenvolvendo no Curso de Mestrado na Linha de Processos da Criação Artística do Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da UFBA.

O Título Opará - é uma rememoração à origem do referido rio, que primeiro recebeu este nome significando rio-mar na língua dos índios Truká, índios nativos da região da Serra da Canastra-MG, onde se encontra a nascente do grande rio.

Assim, de autoria do artista visual Alex Moreira, esta exposição é fruto da pesquisa que vem desenvolvendo no Curso de Mestrado na Linha de Processos da Criação Artística do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes - UFBA. Nesse sentido, as obras são reflexos do material pesquisado sobre as carrancas ribeirinhas no intuito de chamar a atenção para a defesa da preservação e em especial, da revitalização do Rio São Francisco. Obra de Alex Moreira (foto/divulgação) Como sabemos, as carrancas eram fixadas na proa das embarcações que navegavam no Rio São Francisco. Segundo a crença e o misticismo, serviam de amuletos de proteção e salvaguardavam os barqueiros e viajantes contra as tempestades, perigos e maus presságios. Quando se encerrou o ciclo das embarcações no Rio São Francisco, essas esculturas artesanais deixaram de ser figuras de proa e passaram a ser objetos de arte popular presentes nas casas, museus, exposições, feiras artesanais e coleções, mesmo com essas mudanças, as carrancas permanecem como poderes de proteção.

Agora, as carrancas confeccionadas em carvão vegetal, como obras de artes, são ressignificadas com uma nova roupagem, pois o carvão surge como um elemento natural que absorve energias negativas, sendo a nova armadura do guardião das águas do Velho Chico. Assim a obra de Alex Moreira, nasce não mais para espantar as lendas ribeirinhas, mas, para afugentar a inconsciência, a ingratidão, a inércia, a não preservação, o total descaso e descuido para com o antigo Opará, atualmente nosso grande Rio São Francisco, também conhecido como Velho Chico.

Assim, a Exposição Opará surge como reflexão para a formação do pensamento crítico e artístico, tanto referente ao ataque de destruição que enfrenta o rio, como também sobre a inovação de técnica escultórica utilizando o carvão vegetal, valorizando as novas ideias na arte contemporânea, propondo olhares para os valores nacionais, para o meio ambiente e as riquezas culturais brasileiras.