Casal aparece para reivindicar paternidade de bebê abandonado na Boca do Rio 

Pai e mãe estão fazendo teste de DNA para comprovar o parentesco

  • Foto do(a) author(a) Carol Aquino
  • Carol Aquino

Publicado em 5 de julho de 2018 às 21:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

O caso do recém-nascido abandonado na Boca do Rio pode estar prestes de um desfecho. Um casal se apresentou ao Conselho Tutelar um dia depois que o caso ganhou projeção na imprensa. Um homem de 33 anos e uma mulher de 40 explicaram o que aconteceu e foram submetidos a exame de DNA para comprovar o parentesco nesta quinta-feira (4).

A explicação para o abandono não foi revelada à imprensa. Segundo o Conselho Tutelar, o caso corre em sigilo. Os dois foram visitar a criança no abrigo em que ela está acolhida. O que se sabe é que a mulher que deixou o menino na maternidade Iperba é uma amiga do casal. Ela tinha contado que uma senhora a abordou e entregou a criança, pedindo para segurá-la.

Carro preto  A mulher que entregou o bebê na maternidade estaria caminhando na orla da Boca do Rio, no dia 23 de junho, quando uma senhora a abordou assustada e gritando. “Segura, segura, segura” e entrou num carro preto que aguardava por ela. O CORREIO não conseguiu contato com a Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), para saber do andamento das investigações.

A criança foi entregue nua, coberta apenas com um pano. Ela ainda estava com o cordão umbilical e suja de placenta. “Acredito que ele tenha nascido naquele mesmo dia”, contou a conselheira tutelar Andreia Borges, que acompanha o caso. O bebê foi levado pela mulher até a maternidade Iperba, em Brotas. Lá, o Conselho Tutelar foi acionado. 

Cheio de saúde O menino foi colocado na incubadora e alimentado por uma sonda. Depois de passar por uma série de exames durante o fim de semana, ele recebeu alta e foi levado para o Conselho Tutelar para uma Unidade de Acolhimento Institucional. A criança está saudável e não havia sinal de lesões ou maus-tratos. 

“Nossa prioridade agora é encontrar a família. Nós acreditamos que ele tenha sido tirado da mãe. Se os parentes não aparecerem, ele deverá ser encaminhado à adoção”, disse a conselheira.  Andreia acredita que, se esta decisão tiver que ser tomada, não deverá demorar muito até que encontre um novo lar. “A fila para adotar esse bebê é grande. Já perdi a conta de quantos interessados já me ligaram hoje”, contou. 

Abandono de incapaz é considerado crime, passível de pena de seis meses a dez anos de prisão.