Casal atropelado no Imbuí é enterrado na tarde de domingo

O velório e sepultamento foram realizados na Quinta dos Lázaros, num clima de muito pesar

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 2 de fevereiro de 2020 às 20:39

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Carmen Vasconcelos

A dor, o pesar e a perplexidade pareciam palpáveis na tarde desse domingo, 02, durante o velório e sepultamento do casal Edvaldo dos Santos Silva, 54 anos, e Luzia Santana Silva, 49. Eles foram vítimas de um atropelamento no último sábado, quando foram atingidos pelo motorista José Pereira da Silva Neto, 38, que fugia da polícia e perdeu o controle do carro,próximo ao viaduto do Fórum do Imbuí.

Visivelmente abatidos, amigos e familiares do casal fizeram questão de antecipar a cerimônia e os ritos finais de despedidas para o sepultamento, que foi realizado no início da tarde de domingo, no Cemitério Quintas dos Lázaros, na Baixa de Quintas. Muito abalados com a perda tripla, a família de Luzia não quis falar com a imprensa, mas os amigos enfatizaram o desejo de justiça (Foto: Carmen Vasconcelos) De acordo com o irmão com o irmão de Edvaldo, Pedro Santos Silva, a família ainda está muito consternada com a tragédia. “Meu irmão e minha cunhada estavam há 18 anos juntos e, agora, iam realizar o sonho de ter um filho”, lamenta. Ele relata que o acidente ocorreu justamente quando o casal estava indo para a casa de Pedro, na localidade do Bate-Facho, para ajudarem a preparar o aniversário da pastora da Igreja, que ambos frequentavam. 

Segundo ele, o irmão e a cunhada eram religiosos e há cerca de três meses haviam se mudado do Bate-Facho para Cajazeiras, mas que permaneciam ligados ao local pelos vínculos familiares e afetivos. Pedro conta que foi essa proximidade que uniu o casal. “Eles se conheceram num desses encontros feitos pela vizinhança. A brincadeira ficou séria e eles se uniram. Eram um casal sensacional, unidos e muito carinhosos com todos”, disse. 

Os irmãos e primos de Luzia também marcaram presença durante o velório, mas não quiseram falar com a imprensa. Tanto Luzia quanto Edvaldo eram órfãos. Ele trabalhava como porteiro e ela era costureira. Ambos eram muito ligados à comunidade religosa, que também marcou presença no adeus final ao casal. Pedro fez questão de ressaltar, inclusive, que o vínculo do irmão se deveu muito à influência de Luzia, que era bem dedicada às atividades e ao culto. “Com o passar dos anos, meu irmão também passou a participar e isso só reforçou o vínculo do casal”, relatou, visivelmente emocionado. 

Pedro fez questão de ressaltar que a família ainda está muito machucada com a perda tão violenta e num momento tão cheio de expectativas, mas que o desejo de justiça é presente em todos. “É muito difícil ter clareza agora dos próximos passos, mas não tem como não esperar justiça para diminuir um pouco essa tristeza que parece nos engolir”, finalizou. 

Relatos dos ambulantes locais garantem que o atropelamento terminou penalizando mais Luzia, que ainda foi arrastada na pista. Edvaldo chegou a ser socorrido e encaminhado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos, vindo a óbito na tarde de ontem.