Casal sequestrado e morto na Liberdade foi vítima de facção, dizem moradores

Moradores apontam disputa de grupos criminosos na região

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  • Bruno Wendel

Publicado em 6 de maio de 2022 às 17:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

O casal sequestrado e morto a tiros na Liberdade foi vítima de uma facção. Renan Lima de Carvalho, 22 anos, e de Fabiana dos Santos Sousa, 21, foram retirados de uma casa ainda no mesmo bairro e executados por traficantes do Comando Vermelho (CV) na madrugada desta sexta-feira (6). 

Segundo os moradores, homens armados do CV da Rua São José chegaram à Rua 7 de Abril, por volta das 2h, em busca dos rivais do Bonde do Maluco (BDM), que não foram encontrados.  "Chegaram ' de 12' (escopeta calibre 12) e fuzil atirando para todos os lados. Foi muito tiro. Mas não encontram quem eles queriam", relatou um rapaz. 

No entanto, os homens armados invadiram uma casa, onde estavam Renan e Fabiana, situada no início da Rua 7 de Abril. "A gente não sabe qual dos dois tinha envolvimento, ou os dois, com os caras do movimento daqui, mas não foram até eles à toa. Retiraram os dois e levaram para o final da rua e mataram", contou o jovem.

Sangue Na manhã desta sexta, a reportagem esteve no local do crime, onde o espaço permite apenas passar um carro por vez. Lá,  encontrou com os parentes das vítimas. "Entendemos a importância do trabalho de vocês, mas não temos condições alguma de falar nada. As duas famílias estão muito abaladas", disse um rapaz, que estava ao lado de um outro jovem e de uma senhora que chorava. 

No local da execução ainda tinha bastante sangue. Havia também parte do estojo de uma munição, provavelmente usada no crime. Como o final da rua é estreito, o casal foi morto em frente à uma residência e a um bar, onde em cima é uma outra casa. Esses moradores não quiseram falar.

Nenhum suspeito pelo crime foi preso até agora - a Polícia Militar diz que fez buscas na região, mas não localizou ninguém. A Polícia Civil diz que autoria e motivação do crime são apuradas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Primeiro ataque Ainda de acordo com moradores, na semana passada houve um primeiro ataque do CV. "Eles chegaram usando um carro como se fosse um motorista de aplicativo. Foram até o final da rua e voltaram atirando. Balearam duas pessoas. Um rapaz foi atingido duas vezes. Ele foi socorrido pra uma UPA e já está em casa. Já um outro, levou quatro tiros e está no HGE", contou uma mulher. 

Apesar das siglas do BDM estarem em paredes e muros de casas na Rua 7 de Abril, os traficantes não estão mais no local, garantiu o rapaz. "Já tem mais de duas semanas que a gente não ver mais os caras aqui. Ninguém sabe o que aconteceu. Sumiram de repente. Mas a outra facção acha que não e por isso vem fazendo esse estrago todo", contou.