Caso Atakarejo: suspeitos têm prisão prorrogada

Gerente-geral da loja e encarregado de segurança estão entre os presos

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  • Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2021 às 20:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

Após o período de 30 dias decretado nas primeiras prisões preventivas, a Justiça prorrogou a medida que mantém os oito suspeitos de envolvimento nas mortes de Yan e Bruno Barros, tio e sobrinho que foram torturados e entregues a traficantes após furtarem carne na unidade de Amaralina do Supermercado Atakarejo.

De acordo com a Polícia Civil, o inquérito foi prorrogado para que sejam coletados novos dados. Em nota, a PC também afirmou que os laudos periciais estão sendo analisados. Por sua vez, o Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) afirmou que acompanha as investigações e aguarda o envio do inquérito para se manifestar sobre o caso.

Entre os presos, estão o gerente-geral da loja de Amaralina, um encarregado de segurança, um segurança e cinco homens apontados como traficantes de drogas na região do Nordeste de Amaralina. O Atakarejo não se manifestou sobre as prisões.

Relembre o caso No dia 26 de abril, uma segunda-feira, um carro abandonado na entrada da comunidade da Polêmica, no bairro de Brotas, em Salvador, deixou os moradores curiosos. A polícia foi chamada e, por volta das 17h, policiais militares da 26ª Companhia Independente da PM (CIPM/Brotas) encontraram no porta-malas do veículo dois corpos, que no dia seguinte foram identificados como sendo de Bruno e de Yan. As vítimas receberam diversos tiros na cabeça e estavam desfiguradas.

A última vez em que os dois fizeram contato com a família foi naquele mesmo dia, algumas horas antes, quando estavam no supermercado. Bruno era pai de uma menina de dois anos e morava na mesma casa que o sobrinho Ian, no bairro de Fazenda Coutos. Os dois saíram cedo do imóvel, mas não disseram para onde iam. Por volta das 15h30, chegaram à loja do Atakadão Atakarejo da Rua Jânio Quadros, em Amaralina.

Eles foram flagrados furtando peças de carne e foram detidos pelos seguranças do estabelecimento. Bruno mandou uma mensagem de áudio para uma amiga contando que tinha sido detido e pedindo dinheiro emprestado para pagar pelo produto e ser liberado, mas tio e sobrinho desapareceram em seguida.

A versão da família, e que também está sendo a linha de investigação da polícia, é de que funcionários do supermercado chamaram traficantes que atuam na região e entregaram Bruno e Yan para os bandidos. As testemunhas, relataram que mais de dez criminosos foram até o local buscar as duas vítimas.

O passo a passo foi registrado em fotos. O primeiro registro mostra o momento em que eles foram flagrados roubando carne na rede de supermercado. Os dois estão agachados numa área interna do estabelecimento, ao lado dos produtos que teriam sido furtados e de um homem, apontado como segurança da loja.

O segundo momento mostra tio e sobrinho sentados numa escadaria do Boqueirão. As últimas fotos são dos corpos, ambos com os rostos deformados por conta dos disparos. As imagens circularam nas redes sociais e também foram analisadas pela polícia. Oito pessoas foram presas até agora, sendo três seguranças e cinco traficantes.