Caso dos respiradores: empresas investigadas não têm registro na Anvisa

Biogeoenergy não tem autorização para fabricar equipamentos médicos e Hempcare não foi encontrada na base de dados, informou o órgão

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  • Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2020 às 17:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Tiago Caldas/CORREIO

As empresas Hempcare e Biogeoenergy, investigadas por fraude na compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste - grupo formado pelos nove estados da região -, não têm registro na Anvisa. O próprio órgão foi quem fez o anúncio, na manhã desta terça-feira (2).

O Consórcio investiu R$ 48 milhões e comprou 300 respiradores, que não foram entregues. A Hempcare fez as negociações da venda, enquanto Biogeoenergy, que foi inserida ao longo do processo de negociação, seria a suposta fabricante dos equipamentos.

Em nota, a Biogeoenergy já tinha dito que não havia respiradores prontos para comercialização pois a certificação da Anvisa não tinha saído. Segundo a empresa, foram feitos testes que garantiram a qualidade do equpamento. O grupo também falou que aguardava trâmites burocráticos do órgão federal. Já a Hempcare anunciou que o registro seria feito apenas pela Biogeoenergy, já que ela seria a fabricante dos respiradores.

Contudo, a Anvisa informou que não havia sido localizado o protocolo de submissão para solicitação de registro de ventiladores pulmonares por parte das empresas. Isso significa que, segundo o órgão, não há qualquer tipo de trâmite, protocolo que seria o primeiro passo a certificação de um produto.

O Secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Maurício Barbosa, já tinha anunciado, durante coletiva de apresentação do caso, após a Operação Ragnarok, realizada na segunda-feira (1º), que os respiradores não tinham sido homologados pela Anvisa.