Caso Henry: Dr. Jairinho ligou para governador do Rio após morte do menino

Antes da notícia chegar à imprensa, ele quis informar Claudio Castro

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  • Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2021 às 10:21

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O vereador Dr. Jairinho ligou para o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, no dia 8 de março, depois da morte do enteado, o menino Henry Borel, de 4 anos. Segundo o colunista Lauro Jardim, de O Globo, o político fez a ligação para informar o ocorrido ao prefeito antes da notícia sair na imprensa.

Na ligação, Jairinho deu sua versão do fato a Castro, dizendo que ele e a mãe do menino encontraram Henry desacordado no quarto e o levaram ao hospital, onde a criança já chegou morta. Como o menino tinha várias lesões no corpo, a polícia foi acionda.

Jairinho perguntou a Castro o que seria feito pelas autoridades. O prefeito disse que isso caberia à Polícia Civil, mais especificamente à 16ª Delegacia, investigar o caso. Afirmou ainda que não se envolveria.

Desde então, Jairinho também tem procurado policiais em postos altos e secretários para falar das investigações, também como maneira de pressão, diz o colunista.

Investigação A polícia já ouviu 17 testemunhas na investigação, incluindo a mãe, padrasto, o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida, e a avó de Henry, Rosângela Medeiros da Costa e Silva. Três médicas do hospital para onde o menino foi levado, vizinhos, a babá, a professora, a psicóloga e duas ex-namoradas de Jairinho também prestaram depoimento, entre outros.

A psicóloga que acompanhava Henry desde fevereiro foi a última a ser ouvida até agora. Ela contou que Monique a procurou relatando que o filho não queria ficar na sua casa e parecia ter dificuldades para se adaptar à separação dos pais. Ela fez cinco consultar com Henry, que segundo a profissional mostrava ter afeto pelos avós maternos e só falou de Jairinho uma vez, no último encontro.

Monique reclamou para a psicóloga também que o filho não queria mais ir para a escola, depois de 20 dias de aula. A professora do garoto foi ouvida também pela polícia, mas disse não ter notado nenhuma anormalidade na criança. 

Na referência ao padastro, Henry disse apenas que morava com "um tio" na sua casa. Questionado, ele afirmou que era "Tio Jairinho", mas não deu sinais de ter medo do padrasto. Em seguida, disse que sentia saudades do pai.

Material apreendido Na semana passada, 11 celulares e laptops de Monique, Jairinho e Leniel foram apreendidos pela polícia. Um dos aparelhos do casal teve mensagens de um aplicativo apagadas e agora peritos tentam recuperar. 

Segundo o telejornal "RJ2", da TV Globo, uma análise preliminar nos aparelhos apontou que as mensagens foram apagadas em um dos celulares apreendidos que estavam na casa de Jairinho. Na casa de Monique, quatro celulares foram confiscados e, em ao menos um deles, também tem diversos diálogos suprimidos.

"Se apagaram ou não, não tenho essa informação. (...) Não conheço essa informação. E também não estranharia se apagasse porque é comum as pessoas apagarem as mensagens dos celulares. Eu, por exemplo, apago", disse o advogado André França Barreto, que representa o casal.

Depois da apreensão, na sexta, Barreto disse que Monique notou que o celular tinha sido invadido por um hacker e tentou registrar a ocorrência na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, mas por não conseguir fez o BO na Delegacia de Polícia da Barra da Tijuca.