Casos de chikungunya têm redução de 88% em Salvador nos últimos meses

Depois de pico de notificações em maio, números começaram a cair

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  • Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2020 às 13:40

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marina Silva/Arquivo CORREIO

Salvador registra uma redução dos casos de chikungunya nos últimos meses, comparando com abril, maio e junho desse ano, quando houve um pico de notificações na cidade. Segundo a Secretaria de Saúde, de abril a junho foram 1.512 casos confirmados da doença na capital baiana, 616 desses apenas em maio. Já em agosto, setembro e outubro, foram 170 casos confirmados, uma redução de 88%.

Segundo a subcoordenadora de arboviroses do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Isolina Miguez, o órgão se preparou para intensificar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti na capital, no início do ano, com ampliação das equipes e das ações. Em março, contudo, com o início da pandemia de covid-19, o Ministério da Saúde restringiu a entrada de agentes de combate às endemias nas casas, como uma maneira de evitar a disseminação do coronavírus. 

“A suspensão ocorreu em março, período em que o número de casos da chikungunya também começou a aumentar. Sabemos que a maioria dos focos de mosquito da dengue, principal transmissor da zika, dengue e chikungunya, está no interior das casas. A partir daí, definimos novas estratégias de abordagens para a população com campanhas educativas estimulando a participação popular”, explica Isolina.

Ela diz que a redução dos casos a partir de junho está ligada principalmente ao uso da aplicação espacial de inseticida, com utilização de veículos, e também à ampliação das equipes de borrifação por Ultra Baixo Volume (UBV Costal). Também em junho, o órgão deu início à realização das quintas e sextas-feiras especiais para o combate do mosquito da dengue. Nesses dias da semana, os agentes de endemias visitam localidades com alto número de denúncias feitas pelo Fala Salvador 156.

Visitas De junho até a segunda semana de novembro, as equipes visitaram 19.421 imóveis em Salvador. A equipe do CCZ  também orienta a população durante as inspeções com a distribuição de panfletos e cartazes. Ao todo, foram distribuídos 8.284 panfletos e 911 cartazes durante as quintas e sextas-feiras especiais.

Além dessas ações, o órgão realiza inspeções diárias nos bairros e mutirões regulares em parceria com a Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb). De janeiro a outubro deste ano, 69 mutirões foram feitos em todas as subcoordenações da cidade: Cabula, Itapuã, Cajazeiras, Liberdade, Subúrbio Ferroviário, Itapagipe, São Caetano/Valéria, Barra, Rio Vermelho, Brotas, Liberdade, Boca do Rio e Pau da Lima.

Para dezembro, deve ocorrer uma semana especial de 7 a 11 intensificando as inspeções, com mutirões de limpeza em praças, órgãos públicos e outros pontos. Os agentes de combate às endemias farão aplicação espacial de inseticida em locais sinalizados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), inspeção nos estádios de futebol da capital e revisita às escolas onde foram encontrados focos na última inspeção.

“O verão chega com altas temperaturas e chuvas, condições propícias à proliferação de mosquitos, por isso não podemos nos descuidar”, lembra a coordenadora do CCZ, Andrea Salvador.