Católicos fazem procissão em celebração ao feriado de Corpus Christi

Tradicional passeata ocorreu no bairro do Garcia

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  • Gabriel Amorim

Publicado em 20 de junho de 2019 às 14:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO

A quinta-feira começou cedo para os católicos. Desde as primeiras horas da manhã, diversas paróquias começaram a celebrar missas pelo dia de Corpus Christi. No Santuário Nossa Senhora de Fátima, o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, presidiu a missa solene pela eucaristia. Logo após a celebração, os fiéis seguiram em procissão até o Santuário Nossa Senhora da Piedade, onde receberam a benção final. Neste ano, a tradição dos tapetes na rua foi substituida por pétalas, que foram jogadas pelos fiéis ao longo do caminho.

A celebração de Corpus Christi faz parte do calendário religioso da Igreja Católica e acontece sempre na quinta-feira seguinte à festa da Santíssima Trindade, que este ano ocorreu no último domingo (16). “Na igreja, consideramos a procissão de Corpus Christi como a única procissão litúrgica. É a celebração da eucaristia, um sacramento da comunhão. Quando passamos pelas ruas queremos lembrar a solidariedade ao nosso povo”, explicou o Padre Érico, um dos muitos religiosos que seguiram a procissão. Foto: Mauro Akin Nassor/CORREIO Sem perder a missa de Corpus Christi há 19 anos, a auxiliar de costura Maria Nazarino, 62 anos, conta que faz questão de estar presente. “É a celebração do corpo de cristo, do Senhor, é importante agradecer, já que ele nos acolhe independente de qualquer coisa”, diz ela, que, mesmo sem conseguir um lugar dentro da igreja, acompanhou a missa de pé, do lado de fora. Outra que não conseguiu entrar, a auxiliar de escritório Marta Vieira, 34, vai a outra missa durante o dia. “Vou ter que ir na missa à tarde. Cheguei cinco minutos atrasada e não consegui acompanhar”, conta.

Procissão  Com o fim da missa, a multidão de fiéis que compareceu ao santuário no Garcia para a celebração oficial com Dom Murilo seguiu em caminhada. Embora, neste dia, as paróquias da cidade contem com programações próprias para celebrar a data, todos os grupos, movimentos, pastorais, irmandades e associações são convocados a participar da celebração no centro da cidade. Cada grupo é chamado a levar suas bandeiras e estandartes para o trajeto.

Durante a caminhada, realizada embaixo de chuva, o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil comentou a importância do momento. “Para nós é uma maneira de mostrarmos a Jesus que nós o amamos e servimos. Que o adoramos não só em nossas igrejas mas nas ruas de nossa cidade. A do povo, mesmo com chuva, permanecendo fiel, é uma demonstração de que o seu amor supera qualquer dificuldade e qualquer problema”, disse Dom Murilo. 

Quem não perde por nada é a família da aposentada Raimunda Santos, 70, que veio com a filha e a bisneta fazer o trajeto, Questionada sobre a chuva e se ela a espantaria, Dona Raimunda foi categórica. “É chuva de bençãos, e eu vou levar todas elas pra casa”, disse. Acompanhada da filha Rosemeire Paixão, Raimunda viu a bisneta Melissa caminhar jogando flores pelo trajeto. “É o terceiro ano que ela faz. E adora”, contou Rosimeire.

Carmem Santos, 65, também fez o percurso levando as flores. Emocionada, ela conta que o momento é de gratidão e de pedido também. “É uma alegria, uma emoção muito grande. Aproveito pra pedir pelos meus”, disse ela, que contou, ainda, ter pedido por emprego para o filho. 

“Hoje, particularmente nós estamos pedindo pelo Brasil, tão sofrido, pelos desempregados, por aqueles que de uma forma ou de outra sofrem. Para que o Senhor vá ao encontro deles, e seja Ele a abençoá-los, do jeito que somente Ele sabe fazer”, disse Dom Murilo sobre o momento. 

São João Com o feriado de Corpus Christi celebrado às vésperas do São João, muitos baianos aproveitam para emendar os feriados e curtir ou descansar. O arcebispo destacou a importância de lembrar o real significado do momento. “Por vezes o grande esquecido nessas festas é justamente aquele que dá o nome: São João. É bom lembrar o papel que ele teve na vida de Jesus. E preparando o cristianismo, a chegada do Senhor com a sua mensagem”, destacou. 

Dom Murilo disse, ainda, que nesses festejos é preciso assumir uma postura diferente. “É importante que sejamos outros João Batistas, a preparar os caminhos do Senhor, a acolhê-lo generosamente, e ao mesmo tempo ter um coração aberto a todos que passarem em nosso caminho. A nossa missão é a dele, anunciar que Jesus está próximo e que ele nos acolhe porque nos ama”, finalizou.

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier