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A Castro Alves é palco histórico da festa baiana, sobretudo com o encontro de trios
Publicado em 31 de janeiro de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
A praça é do poeta e do povo. Do alto dos seus quase 11 metros de altura, contando a base, Castro Alves já viu de tudo no Carnaval baiano. De amores a brigas, de estrelas a anônimos, o sol se pôr e nascer por muitas vezes. A estátua foi inaugurada em 1923, obra de arte do italiano Pasquale de Chirico, e recebeu os restos mortais de Castro Alves em 1971. Foi na década de 70 que o local passou a receber aquele que, durante muitos anos, foi o momento máximo do Carnaval baiano: o Encontro de Trios, sempre na madrugada de terça-feira para Quarta-feira de Cinzas. O poeta era, assim, o último folião da festa. Algo era simbólico nos tempos áureos do encontro, o que talvez explique sua derrocada, nos anos 2000, e seu retorno já na década atual: os trios saíam sem cordas. Foram inúmeros encontros marcantes, com grandes personagens do Carnaval. Os Novos Baianos, por exemplo, eram uma presença importante na festa. O motivo era bem conhecido: Baby, Moraes Moreira e seus colegas não tinham hora para terminar de tocar. Constantemente, iam até o sol raiar forte.
[[galeria]] Nos anos 2000, no entanto, o encontro foi sumindo. Os grandes artistas foram cada vez mais para o Circuito Barra/Ondina, em busca da maior visibilidade junto aos camarotes e patrocinadores, e o Arrastão passou a ser o momento de adeus da folia. Nesta década, com mais trios sem corda e uma união para revitalizar o Circuito do Campo Grande, que uniu poder público, patrocinadores e artistas, o encontro voltou a ser realizado no seu dia original. Em 2011, Moraes, de volta à Castro Alves, resumiu: “O poeta estava chorando, estava triste, mas hoje ele voltou a sorrir com o povo na praça”.
*Cenas de Carnaval é um oferecimento do Bradesco, com patrocínio do Hapvida e apoio da Claro, Fieb, Salvador Shopping, Vinci Airports e Unijorge