Cenas de Carnaval: Moraes Moreira

O Carnaval não existe sem o artista pioneiro na folia

Publicado em 13 de fevereiro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Evandro Veiga/Arquivo CORREIO
Com Davi Moraes, seu filho, em 1994 por Marcelo Tinoco/Arquivo CORREIO

Existem artistas que são indispensáveis ao Carnaval. Pela história que construíram, pelas composições que criaram, pelo alcance do público, pela carreira que possuem. Lá no topo desses artistas está Moraes Moreira.

Aos 71 anos, o baiano de Ituaçu já homenageou e foi homenageado pelo Carnaval, como em 2017, ao completar sete décadas de vida. Nem por isso deixa de viver novas emoções. Naquele ano, o trio dele teve um problema na embreagem que atrasou bastante a saída. Mas o público se manteve fiel, esperando Moraes, que estava acompanhado do filho Davi. 

“Tentaram melar meu baba, mas não conseguiram. O povo baiano viu que eu estava lá com minha história, meu repertório, com Davi Moraes, a banda e uma equipe dedicada”, escreveu ao CORREIO dias depois.

Moraes começou na sanfona, passou ao violão e ao rock ‘n’ roll e misturou todas as influências mais nos Novos Baianos, grupo que fez parte entre 1969 e 1975 e que marcou e marca a música brasileira até hoje. Um ano depois, já em carreira solo, Moraes foi o primeiro artista a cantar num trio elétrico no Carnaval, junto com  o Trio Elétrico Armandinho, Dodô & Osmar. A partir daí, seus frevos ‘trieletrizados’, como ele denominava, passaram a ser marca registrada do nosso Carnaval: Pombo Correio, Chame Gente, Eu Sou o Carnaval, entre outros.

“Nossas canções resistiram a tudo e a todos, dando mostras de que vieram para ficar. Passada a euforia dos sucessos imediatos, elas ressurgem gloriosas, no gogó dos foliões, inteiras e renovadas pela juventude. Reforçam assim um conceito que tenho: um bom Carnaval se faz com passado, presente e futuro”, analisou.

Em 1999, o artista fez sua última apresentação no Carnaval, antes de um hiato de 10 anos, muito sentido por seus fãs e por quem valoriza o Carnaval baiano. Moraes sempre demonstrou insatisfação pelos rumos atuais da festa, chegando a criticar a ‘invasão sertaneja’. Como ícone do Carnaval, tem todo o direito.

*Cenas de Carnaval é um oferecimento do Bradesco, com patrocínio do Hapvida e apoio da Claro, Fieb, Salvador Shopping, Vinci Airports e Unijorge